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Mundo

Cinzas de vulcão cancelam 17 mil voos no espaço aéreo europeu

16 abr 2010 - 07h06
(atualizado em 19/4/2010 às 11h15)
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Os voos da Europa ainda vão sofrer as consequências da nuvem de cinzas expelidas pelo vulcão Eyjafjalla, na Islândia, por mais 24 horas, disse nesta sexta a agência de controle de aviação Eurocontrol. Cerca de 11 mil voos serão operados no espaço aéreo europeu hoje, em comparação com os 28 mil voos de um dia normal - o que significa um cancelamento de 17 mil decolagens. Cerca de 1,36 milhão de passageiros serão afetados em todo o continente. Na quinta-feira, foram realizados 20.334 voos na Europa.

Fumaça de vulcão fecha aeroportos na Europa:

A agência informou ainda que os aeroportos de Londres e Amsterdã são os mais afetados até o momento. Na Grã-Bretanha, o espaço aéreo permanecerá fechado até pelo menos 1h de sábado (21h de sexta em Brasília), segundo o Serviço Britânico de Controle Aéreo (NATS).

"A nuvem de cinzas vulcânica continua cobrindo grande parte do Reino Unido e a erupção na Islândia prossegue. O NATS aconselha que as restrições que impedem os voos no espaço aéreo inglês continuem sendo aplicadas até pelo menos 1h de sábado", afirma um comunicado publicado no site do organismo.

O espaço aéreo permanece completamente fechado na Irlanda, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Estônia, o norte da França (incluindo todos os aeroportos de Paris), algumas zonas da Alemanha (Düsseldorf, Colônia, Hamburgo, Berlim e Frankfurt) e da Polônia (incluído o aeroporto de Varsóvia).

Na França, os aeroportos de Paris - incluindo Charles de Gaulle e Orly - permanecerão fechados até as 20h locais. A medida adotada pela Direção Geral de Aviação Civil (DGCA) diz respeito aos aeroportos do norte e leste do país. No entanto, os pousos serão autorizados nos dois aeroportos parisienses entre 12h (7h de Brasília) e 16h (11h de Brasília).

A situação também prejudica os voos para a Europa na região Ásia-Pacífico, com o cancelamento e várias conexões. Milhares de passageiros em Wellington, Tóquio, Hong Kong e Cingapura, entre outros, esperavam por informações. A companhia aérea australiana Qantas cancelou nesta sexta-feira vários voos para Londres e Frankfurt, assim como a Air New Zealand e a Japan Airlines (JAL).

Nuvem avança para o leste

A porta-voz da Eurocontrol Kayla Evans disse que vários analistas acompanham a movimentação da nuvem de cinzas do Eyjafjalla, que por enquanto segue para leste, para identificar quando é seguro reabrir o espaço aéreo nos diferentes países, já que "os dados mudam minuto a minuto".

A expectativa é de que a atividade vulcânica diminua nos próximos dias. "Esperamos que dure ao menos dois dias ou mais, ou algo assim. Não poderá continuar nesse ritmo por muitos dias. Existe uma quantidade limitada de magma que ele pode expelir", disse o professor Armann Hoskuldsson, da Universidade da Islândia. Ele explica que o magma, ou a rocha fundida abaixo da superfície da Terra, saiu do vulcão e se transformou em cinzas.

O porta-voz do Ministério do Meio Ambiente da Islândia, Gudmundur Gudmundsson, concordou. "A erupção continua e não estamos esperando qualquer mudança na produção de cinzas. Ventos nas altitudes continuarão a dispersar a nuvem pela Europa", disse ele.

Transtorno na Islândia

As altas temperaturas derreteram um terço do gelo que cobria a cratera do vulcão, causando a inundação de um rio próximo. A rádio islandesa disse que parte do anel rodoviário que contorna a pequena ilha no norte do Atlântico foi destruída. Ao leste do vulcão, milhares de hectares de terra estão cobertas com uma grossa camada de cinzas.

O vulcão sob a geleira Ejfjallajokull, a quinta maior da Islândia, entrou em atividade cinco vezes desde que a Islândia foi colonizada no século IX.

A Islândia está localizada em uma região de alta atividade vulcânica na dorsal meso-atlântica e tem erupções relativamente frequentes, apesar de a maioria ocorrer em áreas de baixa densidade populacional e apresentarem pouco perigo aos habitantes e propriedades. Antes de março, a última erupção aconteceu em 2004.

Com agências internacionais

Fonte: Redação Terra
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