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Europa

Catalunha ameaça fazer referendo sem autorização de Madri

26 set 2012 - 08h26
(atualizado às 08h47)
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O presidente do governo autônomo catalão, o nacionalista Artur Mas, ameaçou nesta quarta-feira organizar uma consulta popular sobre a independência da região mesmo que o Executivo de Madri não conceda autorização.

Policiais entraram em confronto nesta terça-feira com dezenas de manifestantes que participavam de um protesto em frente à câmara baixa do parlamento espanhol, em Madri. Os manifestantes protestam contra os cortes na saúde e na educação, frutos da crise que atinge a Europa e suas medidas de austeridade
Policiais entraram em confronto nesta terça-feira com dezenas de manifestantes que participavam de um protesto em frente à câmara baixa do parlamento espanhol, em Madri. Os manifestantes protestam contra os cortes na saúde e na educação, frutos da crise que atinge a Europa e suas medidas de austeridade
Foto: Reuters

"A consulta tem que acontecer em qualquer caso", afirmou Mas no Parlamento catalão. "Pode ser feita pela via do referendo, porque o governo espanhol a autoriza, melhor. Se o governo espanhol der as costas e não autorizar nenhum tipo de referendo nem de consulta, tem que acontecer do mesmo jeito", afirmou Mas durante a segunda sessão de debates de política geral catalã.

Na primeira sessão, Mas, no governo catalão desde dezembro de 2010, anunciou na terça-feira a antecipação das eleições legislativas catalãs ante a recusa de Madri de renegociar um sistema fiscal que os nacionalistas catalães consideram injusto.

A antecipação eleitoral foi interpretada como uma tentativa de capitalizar o fervor separatista que cresce na Catalunha, estimulada pela crise econômica e que em 11 de setembro levou mais de um milhão de pessoas às ruas de Barcelona para reclamar a autodeterminação.

Outro presidente regional, o basco Juan José Ibarretxe, fez uma ameaça similar em 2003. Como reação, o governo espanhol, então dirigido pelo conservador José María Aznar, do PP, tipificou a convocação de referendos sem a autorização do Parlamento espanhol como um delito punido com a prisão.

O atual governo de Mariano Rajoy, também do PP, goza de maioria absoluta no Congresso dos Deputados.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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