O cardeal Keith O'Brien, que renunciou na segunda-feira ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de "comportamento inadequado" nos anos 80, admitiu neste domingo que sua "conduta sexual" não foi sempre a que se esperava dele.
"Às vezes, minha conduta sexual ficou abaixo dos padrões que se esperavam de mim como sacerdote, arcebispo e cardeal", reconheceu O'Brien em comunicado divulgado pela Igreja Católica da Escócia.
O papa Bento XVI aceitou a renúncia de O'Brien um dia após a imprensa divulgar que quatro sacerdotes acusaram o cardeal de assédio. A saída de Keith O'Brien deixou o Reino Unido sem representante no conclave papal.
O cardeal deixou o cargo meses antes de completar 75 anos. O'Brien, conhecido por suas críticas contra o casamento gay, pediu perdão hoje para as pessoas que "ofendeu", à Igreja Católica e aos escoceses.
"Passarei o resto da minha vida em retiro. Não vou desempenhar nenhum papel na vida pública da Igreja Católica da Escócia", afirmou o cardeal.
Em um primeiro momento, o clérigo, máxima autoridade da Igreja Católica escocesa desde 1985, negou as acusações, publicadas há uma semana no dominical "The Observer".
As acusações contra o cardeal partiram de três sacerdotes e um ex-sacerdote que foram vítimas supostamente da conduta indevida de O'Brien nos anos 80.
Um deles, hoje casado, disse ao dominical "The Observer" que sofreu assédio sexual na época em que era seminarista, aos 20 anos, quando O'Brien era seu "diretor espiritual" e o submeteu a aproximações "inapropriadas" após suas orações noturnas. A vítima disse que o comportamento do cardeal causou depressão e mudanças em sua personalidade.
Além de condenar o casamento gay, o conservador O'Brien se manifestou abertamente contra o aborto e a nomeação de mulheres para bispo.
O brasileiro Odilo Scherer, filho de alemães, está entre os nomes mais cotados para a sucessão do papa Bento XVI. Segundo a rede americana 'NBC', o atual arcebispo de São Paulo, de 63 anos, é considerado um católico moderado pelo Vaticano e possui grande apoio de dois grupos representativos da Igreja: a Congregação para o Clero e o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização
Foto: AFP
Na foto, o americano Timothy Dolan aparece em jantar entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos nas últimas eleições: Barack Obama e Mitt Romney. Aos 63 anos, o arcebispo de Nova York é considerado um dos nomes mais carismáticos do catolicismo na atualidade, apesar da linha conservadora
Foto: AFP
Na foto, o italiano Angelo Scola aparece ao lado de Bento XVI no 7º Encontro Mundial de Famílias. O arcebispo de Milão, de 71 anos, já era considerado um dos favoritos a assumir o papado quando João Paulo II faleceu. Ele é chefe de uma uma fundação que visa promover a compreensão entre muçulmanos e cristãos
Foto: AFP
Ao lado ex-premiê italiano Silvio Berlusconi na foto, o italiano Angelo Bagnasco, de 70 anos, é o atual arcebispo de Gênova. Em 2007, recebeu ameaças de morte após comentários contrários ao casamento homossexual
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Aos 64 anos, o ganês Peter Turkson é o atual presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz do Vaticano. Perguntado sobre o crescimento da AIDS na África, ele disse que abstinência é uma solução melhor do que o uso de camisinha. Segundo a 'NBC', Turkson declarou, anos atrás, que o primeiro Papa negro teria "uma vida dura" e que não teria interesse na condição
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Ex-arcebispo do Quebec, o canadense Marc Ouellet é o atual líder da Congregação de Bispos. Aos 68 anos, ele fala seis línguas e, por ter morado uma década na Colômbia, possui fortes laços com a América Latina. Em 2010, disse que o aborto é "um crime moral", mesmo em casos de estupro. Apesar do favoritismo, em 2011 ele declarou que se tornar papa deveria ser "um pesadelo"
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Outro forte candidato da América Latina é o argentino Leonardo Sandri. Aos 69 anos, o filho de italianos tem longa carreira diplomática no Vaticano e foi bastante próximo do papa João Paulo II
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Aos 70 anos, o italiano Gianfranco Ravasi é presidente do Pontifício Conselho da Cultura. A 'NBC' destaca o lado moderno do religioso, que tem um blog e já retuitou mensagens de Amy Winehouse, além de ter criticado publicamente padres que fazem "sermões chatos"
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Um dos nomes favoritos nas casas de apostas, o nigeriano Francis Arinze é o prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Em 2003, foi alvo de protestos após associar homossexualidade a pornografia em uma palestra na Universidade americana de Georgetown
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Apesar de só ter se tornado cardeal em 2012, o filipino Luis Tagle, de 55 anos, trabalhou com Bento XVI na Comissão Teológica Internacional e é um dos nomes mais fortes da Igreja atualmente. Na foto, um filipino em Manilla prega seu quadro ao lado do atual papa como indicação de que ele será o sucessor