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Europa

Cameron conquista maioria absoluta nas eleições britânicas

8 mai 2015 - 12h12
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O primeiro-ministro conservador britânico, David Cameron, governará por um segundo mandato depois de ter conquistado a maioria absoluta em eleições que confirmaram a força dos nacionalistas escoceses e provocaram a renúncia de três líderes.

Os conservadores alcançaram o marco da metade de deputados mais um e poderão governar sozinhos, diferentemente da legislatura anterior, quando formaram coalizão com os liberais democratas.

"Acredito sinceramente que estamos a caminho de fazer algo especial neste país", disse Cameron em um discurso em frente a Downing Street depois de receber a ordem da rainha de formar um governo.

"Vamos fazer o referendo sobre a União Europeia que prometemos", insistiu, afirmando que quer fazer com que o país "seja um lugar onde a vida boa esteja ao alcance de todos que queiram trabalhar e fazer as coisas bem".

O primeiro-ministro lançou uma mensagem conciliadora aos nacionalistas escoceses.

"Na Escócia, nosso plano é criar o governo autônomo mais poderoso do mundo, com importantes poderes em matéria fiscal", disse.

Cameron foi ao palácio de Buckingham para uma audiência com Elizabeth II que durou pouco mais de meia hora.

Os conservadores conquistaram 331 deputados (+24), os trabalhistas 232 (-26), o SNP escocês 56 (+50), os Liberais Democratas 8 (-49), os unionistas norte-irlandeses do DUP 8 (=) e outros partidos os 15 restantes, segundo os resultados definitivos.

Durante a tarde, os protagonistas das eleições - Cameron, Nick Clegg, Ed Miliband e Nicola Sturgeon - se encontraram na cerimônia pelo 70º aniversário da rendição dos alemães na Segunda Guerra Mundial.

A folgada vitória conservadora não havia sido prevista por nenhuma pesquisa e significa um segundo mandato consecutivo para os conservadores pela primeira vez desde 1990.

Cameron, que agora tem 48 anos, foi em 2010 o primeiro-ministro mais jovem em 200 anos ao acabar com 13 anos de governos trabalhistas sob a era Tony Blair.

Os outros grandes vencedores do dia foram os nacionalistas escoceses do SNP (Partido Nacional Escocês), que conquistaram 56 dos 59 deputados em jogo na Escócia e contribuíram para o fracasso dos trabalhistas de Ed Miliband, que renunciou à liderança do Partido Liberal democrata, o principal partido da oposição.

O país "precisa de um Partido Trabalhista forte. É o momento de outra pessoa assumir a liderança do partido", disse Miliband, declarando que Harriet Harman assumirá a direção até a eleição de um novo líder.

Também renunciaram Nick Clegg, líder do Partido Liberal Democrata, que passou de 56 deputados a 8, e Nigel Farage, o dirigente do antieuropeu Ukip, que não conquistou o assento que ambicionava.

"Esta noite ruge um leão na Escócia, um leão escocês", disse um exultante Alex Salmond depois que o SNP conquistou 56 dos 59 deputados em disputa na Escócia.

Salmond retorna ao Parlamento de Westminster após a derrota no referendo de independência, que o levou a renunciar como chefe de governo regional e líder do SNP.

Sua sucessora, Nicola Sturgeon, disse que o governo central "não pode ignorar o que ocorreu na Escócia. As pessoas votaram esmagadoramente a favor de que a voz da Escócia seja ouvida e a favor do fim das medidas de austeridade".

A vitória conservadora e a eclosão nacionalista escocesa, que na legislatura anterior tinha apenas 6 deputados, pode acabar propiciando um referendo sobre o pertencimento à União Europeia e outro sobre a independência da Escócia.

A derrota no primeiro referendo de independência acabou sendo positiva para o SNP, que quadruplicou seus militantes e fez desaparecerem do mapa os trabalhistas, outrora uma força política dominante na Escócia.

A bolsa de Londres comemorou a vitória conservadora com um avanço de 1,61% de seu principal índice, combinado com um aumento da libra nos mercados internacionais de divisas.

"O fim da incerteza e a manutenção de algo que se assemelha ao status quo se traduzirão por um aumento no curto prazo" nos mercados britânicos, estimou a Barclays.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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