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Europa

Cameron coloca Partido Conservador mais ao centro do espectro político inglês

7 out 2015 - 14h50
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O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, prometeu nesta quarta-feira "acabar o trabalho" que começou em 2010 em sua segunda e última legislatura, e posicionou o Partido Conservador no centro político, com propostas de igualdade e justiça social.

Em um aplaudido discurso no congresso anual do partido, que termina hoje em Manchester, no norte da Inglaterra, Cameron convocou os militantes a construir "uma Grã-Bretanha maior" e a consolidar o partido, conhecido como Tory, liderado por ele desde 2005, como "o partido do povo trabalhador".

Durante mais de uma hora, Cameron detalhou as prioridades para os próximos cinco anos, nos quais quer promover "uma reforma social", e lançou vários ataques contra o Partido Trabalhista, e afirmou que "prejudicará os pobres" com seu plano econômico socialista.

Sobre o novo líder trabalhista, o social-democrata Jeremy Corbyn, disse: "Não podemos deixar que esse homem inflija sobre este país que amamos sua ideologia contra a segurança nacional, simpatizante dos terroristas e de ódio para o Reino Unido".

Em sua tentativa de ocupar o centro político, Cameron, que ganhou com maioria absoluta as eleições de 7 de maio, propôs dedicar seu segundo mandato a "erradicar a pobreza", promover a igualdade, melhorar a educação, construir mais casas e combater "a sombra do extremismo".

Após reconhecer que existe pouca mobilidade social no país, lembrou que seu partido acredita "na igualdade de oportunidades, mas não na igualdade de resultados", por isso trabalhará para eliminar a discriminação laboral.

O líder "tory" ressaltou que o Reino Unido precisa de "uma sociedade mais forte além de uma economia mais forte", o que ele acredita que seu governo contribuiu com seu programa de corte do gasto público e a flexibilização do emprego.

O premiê britânico expressou ainda sua intenção de manter sua política de austeridade e redução do déficit, ao afirmar que não está no governo "para hipotecar o futuro de nossos filhos, mas para assegurá-lo".

Em outra aposta contra seus rivais trabalhistas, prometeu construir 200 mil novas casas com desconto para menores de 40 anos, para enfrentar a crise dos altos aluguéis e do preço da propriedade no Reino Unido.

Sua intenção é transformar "a geração do aluguel na geração da compra", apontou, em oposição à iniciativa trabalhista de construir mais habitações sociais para garantir aluguéis baratos e alojamento para os que não têm condições de acessar o setor privado.

Sobre a ameaça do terrorismo islamita, Cameron manifestou que "é preciso romper a narrativa que diz que os muçulmanos são perseguidos e que o Ocidente merece o que enfrenta".

O premiê reiterou sua promessa de dedicar 2% do PIB à Defesa e para renovar o sistema de dissuasão nuclear Trident.

Sobre a crise de refugiados na Europa, argumentou que a solução passa por "ajudar países como a Síria a se transformarem em lugares onde as pessoas querem ficar".

"Isso significa ter um governo que não aterroriza seu povo, o que implica que (Bashar al) Assad tem que sair", declarou.

Cameron, que prometeu convocar um referendo sobre a permanência na União Europeia antes do fim de 2017, garantiu que ao Reino Unido "não interessa uma maior integração, mas se beneficiar do mercado único".

Por esse motivo, vai "lutar duro" para reformar internamente a UE antes de realizar o plebiscito, sem nenhum "vínculo romântico" em mente, pois só interessam duas coisas: "a prosperidade do Reino Unido e sua influência".

EFE   
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