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Europa

Berlusconi é condenado a 7 anos de prisão por caso Ruby

24 jun 2013 - 14h04
(atualizado às 14h38)
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O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi condenado nesta segunda-feira a sete anos de prisão pelo caso Ruby, pelo qual tinha sido acusado de prostituição de menores e abuso de poder, anunciou o Tribunal de Milão (norte).

Depois de quase sete horas de deliberações, três juízes milaneses condenaram o magnata das comunicações e líder da direita italiana a uma pena maior do que a solicitada pela promotoria e o proibiram de exercer qualquer cargo público pelo resto da vida.

O anúncio foi feito pela juíza Giulia Turri e trata-se da primeira decisão, já que haverá mais duas oportunidades, segundo o direito italiano.

Cerca de dez pessoas reunidas diante da sede do tribunal reagiram à leitura da sentença com aplausos e gritos, enquanto várias personalidades da direita italiana protestaram imediatamente contra a decisão, que marca o futuro político de um dos homens mais poderosos e influentes da Itália.

"Trata-se de um veredicto desconectado da realidade", afirmou o advogado de 'Il Cavaliere', Niccoló Ghedini, garantindo que recorrerá da sentença.

O ex-chefe de governo, de 76 anos, foi acusado de ter pagado em dez ocasiões a "Ruby", apelido de uma jovem marroquina menor de idade na época dos fatos, em troca de serviços sexuais e por ter pressionado a polícia para que a liberasse após sua detenção por furto, em maio de 2010.

A promotora Ilda Bocassini, conhecida por ser implacável em suas investigações contra a máfia, denunciou em sua acusação "o esquema de prostituição armado para satisfazer sexualmente Silvio Berlusconi".

Não se descarta uma reação impetuosa de Berlusconi que desencadeie uma crise no governo. Alguns consideram a possibilidade de que ele decida retirar o apoio de seu partido, o Povo da Liberdade (PdL), à coalizão nacional liderada por Enrico Letta, do Partido Democrático (esquerda), formada após um bloqueio político de vários meses.

"É uma sentença muito grave, que arrasa com o estado de direito em Milão", comentou indignado Fabrizio Cicchito, um dos líderes do Povo da Liberdade.

Cerca de 30 jovens e garotas de programa, que participaram das festas particulares do magnata, passaram pelo tribunal de Milão para declarar que as polêmicas festas de "bunga bunga", na verdade, eram jantares elegantes e tranquilos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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