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Europa

Berlusconi dita o preço para preservar o governo da Itália

2 ago 2013 - 19h40
(atualizado às 19h41)
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O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, condenado em última instância por fraude fiscal, condicionou nesta sexta-feira a permanência de seu partido na coalizão do governo italiano a uma reforma judicial.

O partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi, formou há três meses uma desconfortável aliança com o centro-esquerdista Partido Democrático, do primeiro-ministro Enrico Letta.

A coalizão está dividida em torno de questões como tributos e política econômica, e seu prazo de validade parece depender de quando o grupo de Berlusconi considere mais conveniente forçar uma eleição.

"Se não houver reforma do sistema judicial, estamos prontos para novas eleições", disse Berlusconi a parlamentares do PDL em uma reunião nesta sexta-feira, segundo uma fonte que participou do encontro e falou sob anonimato. O magnata da mídia e seus apoiadores consideram que o Judiciário persegue Berlusconi.

Cinco ministros do partido comunicaram a seus líderes que estão dispostos a renunciar se for necessário, disse o senador Lucio Malan após a reunião. "Eles confiaram seus mandatos a Berlusconi ... Concordamos em decidir o que fazer nos próximos dias."

Mas não está claro quão iminente é a ameaça, pois Berlusconi, de 76 anos, disse a seus aliados para "não tomarem decisões apressadas e pensarem nos interesses do país", segundo relato do ministro da Infraestrutura, Maurizio Lupi.

Participantes da reunião disseram que alguns membros graduados do partido podem pedir ao presidente Giorgio Napolitano que perdoe Berlusconi, uma ideia que Napolitano já rejeitou no mês passado.

Letta repetiu nesta sexta-feira que a Itália precisa ter um governo estável e que a última coisa que o país precisa é se desgastar com batalhas partidárias.

Berlusconi pode ter de cumprir sua pena com um ano de prisão domiciliar ou com serviço comunitário, além de perder o cargo parlamentar, por causa da sua primeira condenação definitiva, após dezenas de processos em duas décadas como político.

O Senado deve votar em setembro sua cassação. Por causa da idade, o líder conservador dificilmente será preso.

Ele já declarou que se manterá na política por meio do Forza Italia, nome do seu primeiro partido. Há especulações de que sua filha Marina poderá sucedê-lo como líder partidário.

(Reportagem adicional de Danilo Masoni, Francesca Landini, Francesco Canepa e Antonella Cinelli)

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