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Autoridades da UE apoiam Hollande em planos de crescimento

8 mai 2012 - 11h13
(atualizado às 11h32)
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O presidente francês eleito, François Hollande, recebeu nesta terça-feira o respaldo de algumas autoridades europeias a seus planos a favor do crescimento econômico, em meio às constantes advertências para que ele respeite os compromissos de austeridade fiscal assumidos por Paris. O presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, anunciou nesta terça-feira uma reunião informal de dirigentes europeus para 23 de maio, na qual serão debatidas medidas para reativar o crescimento. Será a primeira reunião de chefes de Estado e de governo da UE na qual Hollande comparecerá como presidente francês.

François Hollande participa de cerimônia pelo 67º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, em Paris
François Hollande participa de cerimônia pelo 67º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, em Paris
Foto: AFP

Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, o estimulou a "aproveitar a dinâmica atual para aplicar as medidas implantadas" por seus serviços e "reativar o motor do crescimento europeu". "Devemos intensificar nossos esforços para reforçar o crescimento, devemos aumentar os investimentos públicos e fazer um bom uso deles", disse por sua vez o comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

Também o diretor da Organização Mundial de Comércio (OMC), o francês Pascal Lamy, próximo a Hollande, defendeu um "orçamento europeu de crescimento" na Eurozona, em um artigo publicado na terça-feira site do Le Monde. A Comissão Europeia propõe a emissão de obrigações europeias que serviriam para financiar projetos de infraestrutura, aumentar o capital do Banco Europeu de Investimentos (BEI) para ajudar as pequenas e medias empresas, e impor uma taxa as transações financeira. Durante sua campanha, Hollande incorporou estas medidas a sua proposta de orçamento.

Desde o estouro da crise da dívida soberana na Eurozona no início de 2010, o corte do gasto foi aplicado para reduzir o endividamento público inflado no calor da crise financeira de 2008. Alguns dos países onde mais se aplicaram os cortes, como Grécia, Portugal e Espanha, se encontram atualmente em recessão.

Hollande propões a inclusão de um capítulo com medidas a favor do crescimento no pacto acordado em março por 25 dos 27 Estados da UE, que contempla impor na legislação de cada país o princípio do equilíbrio orçamentário. Contudo, sua iniciativa desperta um forte debate com Berlim, oposto a renegociar o pacto fiscal e partidário da reativação do crescimento através de reformas estruturais e não com base no gasto público.

Pierre Moscovici, que dirige a transição do poder para a equipe de Hollande, se mostrou confiante em um compromisso com a chanceler Angela Merkel, com quem o socialista se reunirá após assumir seu cargo no dia 15 de maio.

"Encontraremos um compromisso. Estou convencido de que as coisas começaram bem", disse ele a rádio RTL. Moscovici ressaltou que o presidente eleito "deseja uma construção europeia em um sentido mais favorável ao crescimento" e não quer "ratificar este tratado (de disciplina fiscal) tal como está, sem complementá-lo com um capítulo de crescimento".

Já o Japão reforçou nesta terça-feira as pressões da Alemanha à França. O país, importante comprador de obrigações do fundo criado pela Eurozona para resgatar a seus Estados membros em apuros. "Não sei se Hollande irá aplicar imediatamente o que disse nos debates da campanha eleitoral, mas, sendo realista, penso que é impossível abandonar os esforços de consolidação fiscal", disse o ministro de Finanças japonês, Jun Azumi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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