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Europa

Assange acusa primeiro-ministro britânico de difamação

10 fev 2016 - 15h48
(atualizado às 16h08)
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O fundador do Wikileaks, Julian Assange, acusou nesta quarta-feira o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de "difamá-lo" por ter dito que é requerido na Suécia para "ser julgado".

Na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro no parlamento, Cameron indicou hoje que o ativista "era requerido para enfrentar um julgamento" na Suécia, o que foi desmentido por Assange.

Julian Assange, em foto na varanda da Embaixada do  Equador,  em  Londres,  onde  está  refugiado  desde  2012
Julian Assange, em foto na varanda da Embaixada do Equador, em Londres, onde está refugiado desde 2012
Foto: Agência Brasil

O jornalista australiano está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, após passar dois anos em prisão domiciliar, para evitar sua extradição à Suécia, que lhe quer interrogar por delitos sexuais que ele nega e pelos quais não foi acusado formalmente.

O líder tory opinou que Assange deveria abandonar a embaixada equatoriana e "enfrentar a ordem de detenção que existe contra ele".

Em comunicado emitido pela portal Wikileaks, o mesmo que divulgou documentos confidenciais dos Estados Unidos, Assange esclareceu que a afirmação de Cameron é "falsa" e ressaltou que "nem sequer" foi "acusado formalmente de nenhum crime".

O jornalista acusou o chefe do Executivo britânico de "caluniá-lo"

, amparando-se na "impunidade legal do parlamento".

"Óbvio que é absurdo que alguém possa ser extraditado sob tais circunstâncias e é por isso que o parlamento britânico proibiu essa prática em 2014", declarou Assange.

No último dia 5, o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU pediu a Reino Unido e Suécia que pusessem fim à "privação de liberdade" do jornalista australiano.

Em mensagem da varanda da embaixada equatoriana em Londres, Assange instou então os governos sueco e britânico a respeitar esse veredicto "vinculativo".

Assange foi detido em Londres em 7 de dezembro de 2010 a pedido da Suécia, que lhe reivindica por delitos sexuais dos quais não foi acusado, embora só um dos quatro iniciais siga vigente.

O fundador do Wikileaks nega esses fatos, pelos quais não foi interrogado, e se recusa a se entregar, pois acredita que a Suécia lhe extraditaria aos Estados Unidos, onde enfrentaria um julgamento militar e uma eventual condenação à pena de morte pelas revelações de seu portal.

Após perder a batalha legal no Reino Unido, Assange se refugiou em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador, país que lhe concedeu asilo, mas Londres rejeitou dar-lhe um salvo-conduto diplomático para ir a Quito e a polícia britânica lhe vigia para detê-lo assim que botar um pé na rua.

EFE   
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