PUBLICIDADE

Europa

Após violência, polícia turca sai de praça ocupada por manifestantes

No sábado, a polícia reprimiu pelo segundo dia consecutivo uma manifestação no centro de Istambul contra o governo islamita de Erdogan

1 jun 2013 - 11h13
(atualizado às 12h53)
Compartilhar
Exibir comentários

A polícia turca se retirou neste sábado da praça Taksim, no centro de Istambul, ocupada imediatamente por milhares de pessoas no segundo dia de violentas manifestações contra o governo, constataram jornalistas da AFP.

Desde sexta-feira, esta praça da principal cidade turca esteve ocupada pelas forças policiais que impediam o acesso aos manifestantes, e que sistematicamente dispersaram os grupos que se formavam no local.

<p>Manifestante joga uma lata de gás lacrimogênio de volta para a polícia durante manifestação na Turquia</p>
Manifestante joga uma lata de gás lacrimogênio de volta para a polícia durante manifestação na Turquia
Foto: Reuters

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, admitiu neste sábado que em alguns casos a polícia agiu de forma extrema na repressão dos manifestantes que protestavam durante o dia contra um projeto urbanístico em um parque de Istambul.

"É verdade que ocorreram erros e extremismo na resposta da polícia", disse Erdogan após um segundo dia de violentos protestos que deixaram dezenas de feridos. O ministro do Interior afirmou em uma nota que serão tomadas medidas legais contra os agentes que agiram de forma desproporcional.

O presidente da Turquia, Abdullah Gül, pediu "maturidade". Em comunicado, Gül que ter pontos de vista e opiniões diferentes "é a riqueza de uma sociedade democrática" e acrescentou que "o importante é discutir de forma civilizada e é preciso estar aberto ao diálogo e escutar opiniões diferentes".

O presidente também pediu que os manifestantes de Istambul e de outras cidades do país reajam "com bom senso, calma e sem abusar dos direitos".

O presidente turco assegurou que compartilha sua opinião com o governo e destacou que os incidentes da praça Taksim atingiram um nível preocupante, por isso "todos devem atuar com maturidade para acalmar a situação".

Neste sábado, a polícia reprimiu pelo segundo dia consecutivo uma manifestação no centro de Istambul. Os violentos incidentes, registrados na sexta-feira, quando a polícia dispersou com bombas de gás lacrimogêneo uma manifestação, deixaram dezenas de feridos. Trata-se de um dos maiores protestos já registrados até agora contra o governo islamita de Erdogan, que muitos de seus opositores consideram conservador e autoritário.

A versão online do jornal Hürriyet, que cita fontes policiais, informou hoje que 81 pessoas já foram detidas nos violentos confrontos entre os manifestantes e as forças de ordem, além de um considerável aumento no número de feridos. O que começou há quatro dias como um camping para salvar o parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, se transformou em um conflito social após uma ação de despejo na madrugada de ontem e, atualmente, aparece como um desafio político ao governo turco.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade