Após escândalo, Berlusconi diz não se envergonhar de atitudes
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou nesta sexta-feira que "nunca" se envergonhou de nenhuma de suas atitudes, em carta enviada ao diretor do jornal Il Foglio, Giuliano Ferrara, e que foi publicada no site da publicação.
A carta de Berlusconi é publicada após um novo escândalo causado por uma investigação da Promotoria de Nápoles que apura se o político foi vítima de chantagem por suas festas privadas com jovens e pela publicação do conteúdo de uma série de conversas telefônicas comprometedoras sobre esses encontros e seus participantes.
Berlusconi ressaltou que sua intenção é testemunhar na investigação pela suposta chantagem que sofreu por parte do empresário Giampaolo Tarantini, apontado pelos investigadores como a pessoa que recrutava as meninas que participavam das festas.
Segundo a Promotoria, Tarantini obteve dinheiro de Berlusconi em troca de declarar que o líder desconhecia que algumas dessas jovens eram prostitutas e, por isso, os promotores solicitaram interrogar o primeiro-ministro como pessoa ofendida. No entanto, um dos advogados de Berlusconi, Piero Longo, anunciou nesta sexta-feira que o político conservador não se apresentará para ser interrogado.
Sobre isso, Berlusconi informou em sua carta que não tem intenção de rejeitar o pedido para ser interrogado, uma declaração que o beneficiaria, segundo ele, mas considera que tal solicitação foi maquinada como uma "armadilha político-midiática-judicial".
O líder italiano ainda lamentou que nos últimos três anos foi submetido a um "regime de incontrolada vigilância", cujo objetivo é "construir" uma imagem do que não é, "com deformações grotescas" de suas amizades e sua forma de viver.
Por outro lado, Berlusconi defendeu sua gestão neste mandato e garantiu que as próximas eleições gerais acontecerão em 2013, rejeitando assim a possibilidade de antecipação do pleito.
A imprensa italiana divulgou nesta sexta-feira algumas escutas telefônicas de conversas de Berlusconi, obtidas pela Promotoria de Bari durante a investigação de um suposto delito de associação com fins de prostituição relacionado com as festas privadas do primeiro-ministro.
O jornal La Repubblica publicou, com base nos documentos da Promotoria de Bari, os supostos favores que o chefe do Governo prometeu a Tarantini em troca das prostitutas.