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Europa

Após combate intenso, rebeldes tomam cidade no norte do Mali

14 jan 2013 - 08h49
(atualizado às 10h59)
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O presidente francês, François Hollande, se reuniu nesta segunda-feira com um conselho de defesa no Palácio do Eliseu, em Paris
O presidente francês, François Hollande, se reuniu nesta segunda-feira com um conselho de defesa no Palácio do Eliseu, em Paris
Foto: AFP
O ministro de Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, informou nesta segunda-feira que os rebeldes salafistas que controlam o norte de Mali tomaram a cidade de Diabali. "Nesta manhã assumiram Diabali após um grande combate e da resistência do Exército de Mali, que estava sem forças suficientes neste momento", disse o ministro em entrevista concedida à cadeia BFM.
 
Le Drian afirmou que as incursões aéreas continuam para recuperar o controle da pequena cidade, que se encontra a cerca de 400 km de Bamaco, em uma região de floresta na fronteira com a Mauritânia e com Azawad, nome que recebe a região do norte de Mali, que está sob influência salafista. Ainda de acordo com Drian, os grupos islamitas armados realizaram um recuo na parte leste do Mali.
 
O ministro disse que os rebeldes estão "extremamente armados e organizados", e reiterou que a missão da França, que foi autorizada na sexta-feira pelo presidente François Hollande, durará "certo tempo", o necessário para permitir que Mali recupere sua integridade territorial.
 
Não foram divulgados dados sobre baixas no grupo rebelde. Le Drian explicou que o objetivo das forças francesas é "militar", por isso elas não atuam "quando existe risco para os civis". Pouco antes da entrevista, Le Drian disse, ao sair de uma reunião no Palácio do Eliseu sobre a situação em Mali, que os principais combates estão sendo travados no oeste do país africano. 
 
No balanço das operações, o ministro informou que os salafistas abandonaram a cidade de Kona, no leste do país, e que no norte as incursões aéreas deram excelentes resultados, com a destruição de infraestrutura logística. O governo francês está determinado a acabar com o domínio islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o Ocidente e para uma coordenação com a Al-Qaeda no Iêmen, Somália e norte da África.
 
Gao
Um porta-voz do grupo islâmico Mujwa, uma das principais facções da aliança rebelde, prometeu que os cidadãos franceses vão pagar pelos bombardeios de domingo na localidade de Gao, reduto dos rebeldes. Dezenas de militantes morreram quando foguetes atingiram um depósito de combustíveis e um posto alfandegário que serve de quartel-general para os rebeldes.
 
"Eles deveriam atacar por terra se forem homens. Vamos lhes dar as boas-vindas de braços abertos", disse o militante Oumar Ould Hamaha à rádio Europe 1. "A França já abriu os portões do inferno para todos os franceses. Ela caiu numa armadilha que é mais perigosa que o Iraque, o Afeganistão ou a Somália."
 
A França disse que sua repentina intervenção militar iniciada na sexta-feira, após apelo do governo malinês, impediu que os rebeldes tomassem a capital, Bamako. Paris acrescentou que os bombardeios devem ser mantidos nos próximos dias.
 
O presidente da França, François Hollande, disse que o objetivo do seu governo é apenas dar apoio a uma missão militar do bloco regional Ecowas para recuperar o norte do Mali, conforme prevê uma resolução de dezembro do Conselho de Segurança da ONU.
 
Sob pressão de Paris, vários governos da África Ocidental disseram que pretendem mobilizar forças na região nos próximos dias. A França convocou para segunda-feira uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a questão do Mali.
 
Com agências internacionais
Fonte: Terra
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