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Europa

Aliados de Merkel defendem que imigrantes falem alemão em casa

7 dez 2014 - 10h20
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Aliados da Bavária da chanceler alemã, Angela Merkel, foram alvo de críticas por sugerir que famílias de imigrantes que desejam permanecer no país devem ser obrigadas a falar alemão em casa.

A União Social Cristã, partido que integra a coalizão de governo, fez a proposta no rascunho de um documento que deve ser aprovado pelos seus líderes nesta segunda-feira. No documento, o partido diz: "As pessoas que querem ficar aqui de forma permanente devem ser obrigadas a falar alemão em público e em família".

A proposta se dá num momento de aumento acentuado da imigração para a Alemanha, devido à chegada de cidadãos de países orientais da União Europeia, como a Polônia, a Romênia e a Bulgária, além de um aumento de refugiados da Síria.

Integrantes da União Social Cristã estão preocupados que o aumento de imigrantes levem os simpatizantes do partido a passar a apoiar a Alternativa para a Alemanha, um novo partido que prega uma linha estrita com imigração. A União Cristã é a principal defensora de uma nova lei contra abusos de benefícios sociais por imigrantes.

A proposta de falar alemão em casa foi condenada por outros partidos da coalizão de Merkel, incluindo por uma importante liderança da União Democrática Cristã, agremiação da chanceler. "Não diz respeito a políticos se eu falo latim, klingon ou hessian em casa", disse Peter Taubert, secretário-geral do partido, no Twitter.

Yasmin Fahimi, do partido social-democrata, de centro-esquerda e também na coalizão, chamou a proposta de "total absurdo". "O Estado não tem nada a ver com a língua que a pessoa fala entre as paredes da sua casa", disse a um jornal.

Por conta do baixo índice de nascimentos, a Alemanha precisa de mais imigrantes para impedir a crise demográfica que ameaça a economia, os sistemas de aposentadoria e de saúde. No entanto, muitos alemães se sentem incomodados com a ideia de o país se tornar muito diversificado por causa de estrangeiros que buscam na Alemanha trabalhos e vidas melhores.

(Reportagem de Noah Barkin)

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