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Mundo

Alemanha suspende exportação de armas para o Egito

7 fev 2011 - 15h33
(atualizado às 16h45)
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A Alemanha suspendeu a exportação de armas ao Egito, alegando a preocupação com os direitos humanos durante os protestos que exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.

info infográfico distúrbios egito
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Foto: Reuters

"Em vista a atual situação no Egito... o processamento desses requerimentos está agora suspenso. O Ministério da Economia também analisa as autorizações que já foram concedidas," informou o Ministério da Economia alemão em um comunicado nesta segunda-feira.

A Alemanha vendeu cerca de 22 milhões de euros (US$ 30 milhões) em armamentos ao Egito em 2010, após exportar o equivalente a 77,5 milhões de euros em 2009, disse o ministério, responsável por aprovar todas as exportações de armas.

Reportagens disseram que ao menos parte das exportações de armas incluía metralhadoras destinadas à polícia.

No começo da repressão aos manifestantes no mês passado, a Alemanha ameaçou cortar a ajuda ao desenvolvimento do Egito ¿ um dos principais recebedores da assistência alemã ¿, caso as autoridades não deixassem de usar a violência.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo. Enquanto isso, começaram a aparecer sinais de que Mubarak deve permanecer no cargo durante o processo de transição.



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