Alemanha promete trabalhar com Hollande pelo crescimento
A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou neste domingo para felicitar François Hollande por sua vitória na eleição presidencial da França e convidá-lo a visitar Berlim, informou neste domingo o diretor de campanha do líder socialista francês, Pierre Moscovici.
Angela "Merkel telefonou para cumprimentá-lo pela vitória e ambos acertaram um primeiro encontro e trabalhar juntos para fortalecer a relação franco-alemã em prol da Europa", disse Moscovici. "Merkel o convidou a visitar Berlim, o que fará rapidamente após a posse". Hollande assumirá a presidência até o dia 15 de maio.
Segundo o diretor da campanha socialista, Hollande deve conversar por telefone com o presidente americano, Barack Obama, ainda na noite deste domingo.
Mais cedo, o governo alemão se comprometeu a manter uma "estreita colaboração" com Hollande para resolver a crise da zona do euro, desde a dupla perspectiva do pacto fiscal e também do crescimento econômico na União Europeia (UE).
"Queremos trabalhar muito estreitamente com o novo presidente francês", afirmou o ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, que qualificou de "fato histórico" a vitória de hoje do candidato socialista nas eleições presidenciais da França. "Temos um pacto fiscal. Agora vamos acrescentar um pacto do crescimento para incentivar a competitividade econômica", acrescentou o chefe da diplomacia alemã em uma visita à embaixada francesa em Berlim.
A União Democrata-Cristã Alemã (CDU), partido de Angela Merkel, lançou em paralelo uma clara advertência a Paris a respeito do pacto fiscal na UE e o propósito expressado na campanha eleitoral por parte de Hollande de renegociá-lo.
O vice-presidente do grupo parlamentar conservador, Andreas Schockenhoff, pressionou o vencedor das eleições a "deixar claro" que não se propõe a modificar o pacto fiscal, assinado por 25 dos 27 membros da UE. "Todos nós queremos um crescimento sólido na Europa. Para isso, não deve sacrificar-se nem a política de estabilidade nem a disciplina orçamentária", indicou o político conservador. Hollande "deve deixar claro, e em breve, que não haverá mudanças no pacto fiscal", insistiu Schockenhoff.
Merkel expressou reiteradamente sua rejeição a qualquer mudança nesse pacto, com o argumento que foi aceito livremente por 25 dos 27 membros da UE e que na maioria destes países já entrou em trâmite parlamentar.
Com informações das agências AFP e EFE