PUBLICIDADE

Europa

Alemanha anuncia expulsão de quatro diplomatas sírios

9 fev 2012 - 09h36
(atualizado às 09h47)
Compartilhar

O ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, anunciou nesta quinta-feira a expulsão do país de quatro diplomatas da embaixada da Síria em Berlim.

Multidão pró-Assad recebe comitiva do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Damasco. Lavrov chegou à Síria nesta segunda-feira para dialogar com o presidente Bashar al-Assad sobre a onda de violência no país
Multidão pró-Assad recebe comitiva do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Damasco. Lavrov chegou à Síria nesta segunda-feira para dialogar com o presidente Bashar al-Assad sobre a onda de violência no país
Foto: AFP

Luta por liberdade revoluciona norte africano e península arábica

"Após a detenção de duas pessoas suspeitas de espionagem a favor da Síria, deteminei que sejam expulsos quatro membros da Embaixada da Síria em Berlim", indica uma breve nota divulgada pelo gabinete de Westerwelle.

Depois de apontar que "o embaixador da Síria foi informado sobre a medida", a nota destaca que o chefe da legação foi convocado no dia 7 para ser informado que a Alemanha não toleraria atuação alguma contra a oposição síria em seu território.

Fontes ministeriais afirmaram que os quatro indivíduos expulsos são três homens e uma mulher que trabalham como funcionários da missão diplomática síria na capital alemã.

As fontes destacaram que as atividades dos expulsos atentavam contra os princípios da diplomacia e indicaram que não só espionavam opositores do regime de Bashar Al Assad, mas em alguns casos os intimidavam.

A expulsão acontece dois dias depois da detenção na capital alemã de dois supostos agentes dos serviços secretos sírios que espionavam membros da oposição de seu país residentes na Alemanha.

A Procuradoria Federal anunciou na terça-feira a prisão dos supostos agentes dos serviços secretos sírios Mahmoud el A., 47 anos, com dupla nacionalidade libanesa e alemã, e Akram O., de 34 anos e nacionalidade síria.

Um porta-voz da Procuradoria Federal comunicou que os dois detidos, que foram apresentados posteriormente a um juiz de instrução em Berlim, eram seguidos há muito tempo pelas forças de segurança alemãs.

Além disso, destacou que cerca de 70 policiais também participaram de uma operação para revistar as casas de outros seis suspeitos de trabalhar para os serviços secretos da Síria na Alemanha.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores - já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.

EFE   
Compartilhar
Publicidade