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Ásia

AIEA adverte sobre riscos de radioatividade nos alimentos

19 mar 2011 - 14h27
(atualizado em 20/3/2011 às 00h38)
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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertiu neste sábado sobre os riscos para os humanos do consumo de alimentos processados contaminados depois que as autoridades japonesas detectaram níveis anormais de radioatividade no leite e no espinafre. O Ministério da Saúde japonês confirmou que foi detectado iodo radioativo em níveis mais elevados que o normal em alimentos perto da usina nuclear danificada de Fukushima 1, no nordeste de Tóquio, disse a AIEA em comunicado.

Em imagem de satélite, a usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofreu explosões após o tremor
Em imagem de satélite, a usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofreu explosões após o tremor
Foto: AP

"Apesar de o iodo radioativo ter uma curta vida, em média de oito dias, e decair naturalmente com a passagem das semanas, existe um risco no curto prazo para a saúde humana caso os alimentos contaminados com iodo radioativo sejam consumidos", indicou a AIEA em Viena. "Se forem consumidos, podem acumular-se e causar danos na tireóide", completou. "As crianças e os jovens correm um risco particular de danos das tireóides pela ingestão de iodo radioativo", disse.

O consumo de pastilhas de iodeto de potássio pode ajudar a evitar que as substâncias se acumulem nas tireóides, disse a AIEA, completando que as autoridades japonesas recomendaram que as pessoas retiradas dos arredores da usina nuclear tomem essas pastilhas como modo de precaução.

Não foram encontrados isótopos radioativos em doses fora do normal em outros produtos de consumo, completou.

O Japão detectou níveis radioativos mais altos que o normal no leite e no espinafre nas províncias de Fukushima e Ibaraki, próximas à central nuclear acidentada pelo terremoto seguido de tsunami da sexta-feira, dia 11, liberando, dias depois de uma série de acidentes, substâncias radioativas na atmosfera. Também foram detectadas substâncias radioativas na água corrente de Tóquio e outras localidades, mas em níveis inferiores ao limite legal, indicou a agência de imprensa japonesa Kyodo. O governo japonês disse que tanto os alimentos contaminados como a água controlada não representam "uma ameaça imediata".

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 7 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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