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Advogado: Assange pode ser injustiçado caso seja extraditado

7 fev 2011 - 16h09
(atualizado às 16h53)
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O advogado Geoffrey Robertson, que atua na defesa do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta segunda-feira que há o risco de seu cliente ser "injustiçado" caso seja julgado por estupro na Suécia.

 fundador do WikiLeaks Julian Assange comparece a um tribunal de Londres
fundador do WikiLeaks Julian Assange comparece a um tribunal de Londres
Foto: AP

Assange iniciou nesta segunda-feira sua batalha legal em uma corte de Londres para tentar impedir sua extradição para a Suécia, onde é acusado de estupro. Ele nega a acusação de ter violentado duas mulheres no país.

Ao sair da audiência, o fundador do WikiLeaks falou das acusações que vem enfrentando nos últimos cinco meses e meio e acrescentou que espera provar sua inocência nos próximos dias em relação a estas acusações "vazias".

Durante a audiência, Robertson afirmou ainda que Assange poderá ser condenado à morte caso seja extraditado para os Estados Unidos por ter vazado documentos secretos do país.

O advogado alega que, se seu cliente for obrigado a ir para a Suécia, ele poderá ser extraditado para os Estados Unidos ou até mesmo ser enviado para a prisão de Guantánamo por outras acusações, ligadas à divulgação de documentos diplomáticos secretos pelo WikiLeaks.

O site de denúncias WikiLeaks divulgou mensagens diplomáticas secretas dos Estados Unidos, assim como outros documentos contendo segredos de governos e diferentes organizações.

Mas, os promotores do caso afirmam que qualquer ameaça de tratamento injusto para Assange será corrigida com a intervenção da Corte Europeia de Direitos Humanos.

Campanha da imprensa
Durante a audiência desta segunda-feira na Corte dos Magistrados de Belmarsh, em Londres, Robertson afirmou que os julgamentos de estupro na Suécia ocorrem, regularmente, "a portas fechadas, em um flagrante de injustiça".

O advogado que comanda a defesa do fundador do WikiLeaks afirmou que artigos em vários jornais do país descreveram Assange como um covarde que se recusa a voltar para a Suécia.

"Existe o perigo de, com este tipo de campanha da imprensa (...) este julgamento secreto sofra com a parcialidade", afirmou. Assange, australiano de 39 anos, enfrenta acusações de estupro sob a lei sueca, devido a denúncias feitas por duas mulheres.

Ele foi solto sob fiança por decisão da Justiça da Grã-Bretanha antes do Natal, após ter passado nove dias na prisão. Simpatizantes do fundador do WikiLeaks e o próprio Assange dizem que as acusações têm motivação política.

A juíza aposentada da Corte de Recursos da Suécia, Brita Sundberg-Weitman, foi uma das testemunhas na audiência desta segunda-feira e criticou o tratamento que Assange recebeu das autoridades. Ela também criticou a promotora sueca Marianne Ny, que está solicitando a extradição de Assange.

"Ela parece achar que todos que estão sendo processados são culpados. Acho que ela está tão preocupada com a situação de mulheres vítimas de violência ou estupro, que perdeu o equilíbrio", disse. A audiência de extradição deve durar dois dias.

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