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Europa

Advertência para Renzi nas eleições regionais da Itália

1 jun 2015 - 11h30
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As eleições regionais e municipais parciais de domingo na Itália representaram um alerta para o primeiro-ministro Matteo Renzi, debilitado pelas divisões de seu partido e pelo avanço do voto de protesto.

O Partido Democrático (PD) de Renzi mantém o status de principal força do país, mas com um resultado que mostra um claro retrocesso na comparação com as eleições europeias do ano passado.

À espera dos resultados definitivos, o PD liderava com 23,7% dos votos, muito longe dos 40,1% obtidos no ano passado nas eleições europeias, segundo as projeções divulgadas pelo canal público RAI nas sete regiões que organizaram as eleições.

O partido antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S), que parecia debilitado com as divergências e falta de propostas construtivas, aparece em segundo lugar com 18,4% dos votos.

Na luta pela hegemonia da direita, a Liga Norte de Matteo Salvini aparece com 12,5% dos votos, à frente do partido Força Itália, do ex-premier Silvio Berlusconi, que caiu para 10,7%,

As votações regionais e municipais parciais na Itália foram marcadas por uma forte queda no índice de participação (53,9% contra 64,1% nas eleições europeias).

De acordo com as projeções, o partido de centro-esquerda de Renzi conservaria assim as regiões da Toscana, Úmbria, Marcas, Apúlia e deve conquistar Campânia e Nápoles.

Mas perderia a Ligúria, a região de Gênova, para o Força Itália. A Liga Norte deve manter o controle sobre Vêneto.

Na Ligúria, o PD se mostrou dividido ante uma direita que apresentou um único candidato respaldado pelo FI e a Liga Norte.

A disputa eleitoral é a primeira de grande importância desde as eleições europeias do ano passado, vencidas com folga pelo partido de Renzi.

A imprensa destaca a relativa perda de força de Renzi.

"Hoje para Renzi é mais difícil governar", afirma o jornal La Stampa, enquanto o La Repubblica tem como manchete: "Nas eleições regionais, uma pausa para Renzi".

Analistas destacam ainda que, segundo as projeções, a Liga Norte, que defende posições antieuropeias e muitas vezes xenófobas, parece superar o Força Itália, o partido de centro-direita de Berlusconi, o que confirmaria o fim de seu reinado na direita italiana.

"A Liga é a alternativa mais séria a Renzi hoje em dia na Itália", declarou Salvini, chamado de "o outro Matteo".

Ele destacou que seu partido não deseja apenas expulsar os migrantes e destruir os acampamentos de ciganos, mas também propor alternativas sobre "a agricultura, as pensões e a economia".

O partido antissistema M5S estava exultante, já que, apesar da perda de votos em comparação com as legislativas de 2013, quando obteve 25% dos votos, continua sendo o segundo maior partido do país e melhorou os resultados em Ligúria, Campânia e Apúlia.

"Estamos preparados para desafiar Renzi", disse Luigi Di Maio, um de seus dirigentes.

Apesar das questões locais terem sido determinantes na votação, o chefe de Governo italiano, que chegou ao poder há um ano, sofre o desgaste provocado por divisões internas no PD, onde alguns não aceitaram sua recente reforma eleitoral ou as medidas liberais na área econômica.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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