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Oriente Médio

Maior produtor de carvão, Wyoming se alinha com republicanos

2 nov 2012 - 10h12
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Carla Ruas
Direto de Wyoming

Os moradores de Wyoming vibraram quando Mitt Romney disse a Barack Obama no primeiro debate eleitoral: "E a propósito, eu gosto de carvão". A provocação do republicano faz parte das alegações de que as políticas ambientais do presidente estariam prejudicando o desenvolvimento da indústria. E uma das regiões em jogo é Wyoming, Estado com maior produção do mineral dos Estados Unidos.

O orgulho carvoeiro do Estado é exibido em placa na cidade de Cheyenne
O orgulho carvoeiro do Estado é exibido em placa na cidade de Cheyenne
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

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Localizado no oeste, Wyoming é um local de contrastes. Abriga o parque nacional Yellowstone - que recebe 3 milhões de amantes da natureza por ano - e, ao mesmo tempo, mantém as minas Powder River Basin, que produzem 40% do carvão consumido nos Estados Unidos, de acordo com Instituto de Pesquisa em Energia. O Estado é o numero 1 em extração e exportação de carvão, principal fonte da energia americana.

O sucesso do carvão local, que é exportado para 38 Estados além da China, está na sua composição. "Nosso carvão é mais limpo, já que tem baixos níveis de enxofre e outros metais pesados", afirma Randy Bruns, executivo-chefe da Corporação pelo Desenvolvimento Econômico do Condado Cheyenne-Laramie (LEADS) em Wyoming. Além disso, está localizado logo abaixo da superfície, o que faz com que seja mais barato para que as empresas abram as minas e o extraiam.

A indústria, que gera empregos e alimenta os cofres públicos, sustenta a economia local. "Aqui temos um grande percentual de fazendas com gado e feno, mas a altitude não nos permite produzir muito algodão, milho e açúcar", justifica Bruns. A importância do mineral é tanta que, segundo ele, o apelido de Wyoming não deveria ser "Estado dos Cowboys" e sim "Estado do Carvão".

Não é a toa que 65% dos moradores de Wyoming apoiam Mitt Romney, de acordo com o site de pesquisas 'electoral-vote', e são contra as restrições ambientais implementadas por Barack Obama. Medidas como a diminuição das emissões de gases poluentes e controle sobre o despejar de cinzas requer investimento pesado das empresas. Em fase de competição com o gás natural, estes gastos podem ser fatais para a indústria.

No outro extremo estão grupos ambientalistas como a High Country Rising Tide, que realizou um protesto em maio nas ruas de Cheyenne, capital de Wyoming. Eles pressionam pelo fechamento de todas as usinas de carvão do Estado. A organização alega que, além de contribuir para o aquecimento global, a poluição gerada pelo carvão ameaça diretamente o parque nacional Yellowstone.

Sem tomar partido, Bruns reconhece a importância de preservar o meio ambiente, mas lembra que o carvão é o principal empregador de Wyoming, e, até o momento, o grande fornecedor de energia para a economia americana. "Até quando estivermos dispostos a viver sem energia, não vamos fechar as minas. E a realidade é que nós não vamos desligar as luzes e os computadores, então o carvão vai estar entre nós por um bom tempo", diz.

Comercial acusa Obama de negligência

Um comercial eleitoral republicano que foi ao ar em outubro nos Estados indecisos Ohio e Virgínia acusa o governo Obama de ameaçar o futuro da indústria do carvão e os empregos que gera nos Estados Unidos. A propaganda mostra imagens e depoimentos de mineiros preocupados em perder seus empregos enquanto Romney diz: "As pessoas se perguntam: como terão um futuro melhor se não conseguem nem chegar no fim do mês".

Energia está entre os cinco itens que compõem o plano de Mitt Romney para o desenvolvimento da economia nacional. No debate eleitoral de Denver, o republicano prometeu que, se eleito presidente, desfará as regulamentações ambientais implementadas pelo presidente para que possa aumentar a criação de empregos. Além disso, quer trabalhar pela independência energética por uma questão de "segurança nacional".

Fonte: Especial para Terra
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