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Estados Unidos

Obama reage, defende governo e desafia Romney em 2º debate

16 out 2012 - 22h07
(atualizado em 17/10/2012 às 07h51)
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Poucos minutos depois das 22h desta terça-feira, o presidente democrata e candidato à reeleição, Barack Obama, e seu desafiante republicano e ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, entraram na arena da universidade da Hofstra University, em Nova York, pelo segundo debate presidencial de 2012.

Desde o início, debate foi marcado por um tom mais agressivo de Obama
Desde o início, debate foi marcado por um tom mais agressivo de Obama
Foto: AFP

Após um mau desempenho no primeiro debate e vindo de quedas nas pesquisas, que em sua maioria indicam um empate técnico momentâneo, Obama adotou desde cedo uma postura mais ofensiva. Mitt Romney, vencedor do primeiro embate, entrou com a mesma estratégia anterior, ancorada na tentativa de desfazer críticas principalmente contra seus projetos de corte da dívida americana, mas se viu surpreendido pela firmeza de Obama.

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Após um início em que os candidatos aqueceram com uma pergunta sobre educação, o debate logo chegou à economia. "O governador Romney diz que ele tem um plano de cinco pontos. Ele não tem um plano de cinco pontos. Ele tem um plano de um ponto e este é assegurar que aqueles que estão no topo entrem no jogo com regras diferentes", condenou Obama. "Esta tem sido sua filosofia no setor privado, esta tem sido sua filosofia como governador e esta tem sido sua filosofia como candidato à presidência. Você pode mandar empregos para fora do país e conseguir redução de impostos por isso", criticou.

Os dois candidatos interromperam um ao outro várias vezes, acusando-se mutuamente de desonestidade, enquanto discutem temas como criação de emprego e política energética, 11 dias depois de seu primeiro debate, no qual o desempenho do presidente foi amplamente criticado. "Governador Romney, isso não é verdade" foi uma frase repetida à exaustão pelo presidente, criticando afirmações sobre seu governo e sobre a lógica das propostas de governo dos republicanos.

Romney acusou seu rival de dirigir uma economia estagnada. "A classe média tem sido esmagada ao longo dos últimos quatro anos e os empregos têm sido muito escassos", disse o ex-governador de Massachusetts, em um de seus muitos ataques à economia e ao que considera o fracasso de Obama com a classe média.

Repetidas vezes, o candidato republicano afirmou que não tem planos de aumentar impostos para o povo e que não irá, sob hipótese alguma, reduzir os impostos dos ricos. "Eu não vou cortar impostos para os ricos", protestou o republicano. "Quero cortar impostos para a classe média", reagiu, furiosamente. "Eu sei o que é preciso para fazer essa economia andar", disse ele. "Eu sei o que é preciso para criar bons empregos novamente."

"Nós tivemos quatro anos consecutivos em que ele disse, enquanto disputava a Presidência, que reduziria o déficit à metade, ao contrário disso, ele o dobrou", atacou Romney. "Nós passamos de uma dívida nacional de US$10 trilhões para uma dívida nacional de US$16 trilhões. Se o presidente for reeleito, passaremos a uma dívida nacional de quase US$ 20 trilhões. Isto nos coloca no caminho da Grécia".

Obama se mostrou mais incisivo no debate sobre energia, durante o qual atacou a falta de diversidade no plano de Romney. "Quando você foi governador de Massachusetts, você esteve em frente a uma usina de carvão, apontou para ela e disse: 'essa usina mata' e se orgulhou muito de tê-la fechado... E agora, de repente, você é um grande defensor do carvão", disse Obama.

O presidente defendeu seu plano de energia limpa e declarou: "o plano dele é deixar as companhias de petróleo escreverem a política energética" dos Estados Unidos. Ao longo se sua campanha, Romney tem defendido um futuro de "independência energética" aos Estados Unidos com base no petróleo.

Um dos pontos mais aguardados e intensos do debate foi a discussão sobre o ataque à embaixada americana em Benghazi, na Líbia, no qual morreu o embaixador americano, Christopher Stevens. A equipe de Romney planejava fazer da história uma das fraquezas da política externa de Obama, mas o ex-governador falhou ao acusar Obama, que visivelmente irritou-se ao ver o adversário transformar uma questão de segurança em uma questão política.

"Não se pode transformar a segurança nacional em questão política", criticou o presidente, condenando o adversário republicano por acusações que chamou de "insultantes", depois de Romney afirmar que Obama saiu em viagem para arrecadação de fundos no dia do ataque mortal. "Eu sou o presidente e eu sempre sou o responsável", disse Obama, causando surpresa àqueles que esperavam uma atitude mais moderada no assunto. Diversos comentadores americanos viram neste momento o ponto alto do presidente, conseguindo deixar Romney sem apelo discursivo em uma questão delicada para o governo do democrata.

Obama também tratou de reagir quando a China e sua política comercial entraram na pauta da discussão, negando que Romney, que acusa Pequim de "trapacear", vá ser duro com os chineses. Obama afirmou que o republicano investe em empresas que constroem equipamentos de vigilância para o gigante asiático. "Governador, você é a última pessoa a ser duro com a China". Uma das promessas mais famosas de Romney é denunciar a suposta manipulação monetária da China no eventual primeiro dia de trabalho na Casa Branca.

O debate, realizado num town hall intimista e ancorado em perguntas de eleitores indecisos, foi mediado pela jornalista Candy Crowley, da emissora CNN. O próximo, terceiro e último debate entre os candidatos ocorre na próxima segunda-feira, 22 de outubro, na Flórida. As eleições ocorrem no dia 6 de novembro.

Com informações de AFP, EFE e Reuters.

Fonte: Terra
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