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Estados Unidos

Analistas veem equilíbrio contrastante no debate Biden/Ryan

12 out 2012 - 10h42
(atualizado às 12h13)
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Ligia Hougland
Direto de Danville

O debate dos candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos, realizado nesta quinta-feira em Danville, no Estado de Kentucky, não podia ter sido mais diferente do que o que foi visto no primeiro confronto cara a cara entre Barack Obama e Mitt Romney. Em vez de haver uma discussão morna com um dos candidatos quase que ausente, como foi o caso do presidente americano, os candidatos a vice oferecerem ao público americano uma discussão calorosa e dinâmica.

Debate foi equilibrado, ainda que marcado pelas diferenças de estratégia e temperamento
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Foto: Reuters

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Os analistas políticos e a imprensa americana consideram que tanto o atual vice-presidente, Joe Biden, quanto o colega de cédula de Romney, Paul Ryan, tiveram um desempenho sólido, ainda que contrastante. Durante a discussão de 90 minutos, Biden atacou ferozmente a plataforma republicana, enquanto que Ryan defendeu calmamente os planos de governo de Romney.

De acordo com Benjamin Knoll, professor de assuntos de governo e eleições do Centre College, universidade onde foi realizado o debate, democratas e republicanos têm motivo para festejar. "Os dois candidatos conquistaram muito e fizeram o que precisava ser feito. Como os dois tiveram um excelente desempenho, esse é um debate sem vencedor, mas ambos os partidos vão se sentir vitoriosos", disse Knoll ao Terra.

Mas a célebre comentarista e tesoureira do governo de Ronald Regan, Bay Buchanan, viu o debate de modo diferente. "Não apenas Ryan foi o vencedor, mas Biden foi o grande perdedor do debate", disse ela à reportagem. Para Buchanan, Biden fez com que a cédula democrata perdesse grande parte do eleitorado católico ao falar em aborto.

O atual vice-presidente, que assim como seu adversário republicano é católico, foi claro ao afirmar que vai sempre lutar para que o direito ao aborto permaneça legal nos Estados Unidos. Já Ryan disse que sua fé católica guia sua vida pública e é contra o aborto, exceto em alguns casos, como estupro ou incesto. "Biden parece não entender o que o seu governo está fazendo com a igreja católica. E Ryan se mostrou bastante sincero e passou uma boa impressão às mulheres americanas", disse a comentarista.

O gerente da campanha presidencial de Barack Obama, Jim Messina, considerou o desempenho de Ryan abaixo do esperado. "Ele simplesmente não conseguiu explicar nenhum dos planos de Romney", disse. O gerente da campanha democrata acha que o debate vai trazer grande vantagem para a reeleição de Obama, principalmente na Flórida, onde há uma significativa população de idosos, pois Biden mostrou as fraquezas do plano republicano de saúde universal baseado em vales, um conceito que assusta muitos dos beneficiários do atual Medicare.

O debate foi abrangente e bem divido entre políticas externa e interna, incluindo discussões sobre o ataque à embaixada da Líbia, retirada de tropas do Afeganistão, Medicare e economia. "Os dois candidatos mostraram ser confiantes nesses tópicos, mas poderiam ter explicado mais modo mais simplificado suas visões para o futuro dos Estados Unidos para que a população pudesse melhor entender seus planos", disse Knoll.

De acordo com uma pesquisa realizada pela CBS com eleitores independentes imediatamente depois da conclusão do debate vice-presidencial, 50% dos independentes declaram Biden como vencedor, 31% dão a vitória a Ryan e 19% acha que houve um empate.

Fonte: Especial para Terra
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