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Estados Unidos

Com abraços, Michelle Obama quer conquistar eleitores indecisos

30 ago 2012 - 12h59
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Carla Ruas
Direto de Washington

Michelle Obama tem uma estratégia para desequilibrar a acirrada eleição presidencial dos Estados Unidos: distribuir muitos abraços. E com eles mostrar que a família presidencial é acessível e que o presidente Barack Obama é um americano normal como qualquer outro. A ideia é amenizar as críticas surgidas durante a campanha de que o presidente estaria distante da realidade do público.

Michelle abraça o marido após um evento na Casa Branca: primeira-dama é essencial na campanha do marido
Michelle abraça o marido após um evento na Casa Branca: primeira-dama é essencial na campanha do marido
Foto: AFP

Com uma aprovação maior do que Barak Obama - 66% contra 45% - Michelle Obama pode ser fundamental para ajudar o presidente a conquistar os eleitores indecisos e motivar sua base para votar no dia 6 de novembro. E ao fazer isso, poderá desempatar a disputa entre Barack Obama e o republicano Mitt Romney. Até agora, de acordo com pesquisa do Instituto Gallup (22/08), os candidatos tem exatamente 46% de intenções de voto cada um.

Por isso a primeira-dama vem ganhando cada vez mais espaço na campanha eleitoral (veja fotos da atuação de Michelle). Nos Jogos Olímpicos de Londres, abraçou o time inteiro de basquete masculino americano e se deixou ser fotografada nos braços da levantadora de peso Elena Pirozhkova. E desde que voltou aos Estados Unidos, participa de programas de TV e encara filas de centenas de pessoas ansiosas para conhecê-la, em Estados como Iowa e Wisconsin.

Para Lisa Burns, especialista em primeiras-damas e professora de Comunicação na Universidade Quinnipiac, nos Estados Unidos, Michelle Obama quer provar ao publico que Barack Obama é acessível e próximo do seu eleitorado. "Quando você vê ela abraçando um time inteiro de basquete, dá vontade de ser sua amiga e você se identifica com ela. E isso ajuda muito quando olhamos para o seu marido e pensamos talvez ele realmente entenda como é ser uma pessoa comum porque olha como sua mulher tem os pés no chão".

O seu público-alvo tem sido principalmente as mulheres, para quem a primeira-dama enfatiza que sua família não é tão diferente de uma família típica americana. Afinal de contas, eles têm duas filhas e querem o melhor para o futuro delas quando se trata de crise econômica e educação. "Ela conta como seu marido se preocupa à noite sobre que tipo de futuro suas filhas vão herdar. Assim ele parece mais acessível, mais humano e como todos nós", diz a especialista.

Esta estratégia já deu certo em 2008, quando Michelle Obama comentava como juntava as meias sujas espalhadas pelo marido em casa. "A ideia naquela época era mostrar que ele não era tão perfeito como aparecia na mídia, porque essa era uma das críticas com relação a ele. E ela conseguiu trazer ele para baixo desse pedestal, dessa imagem de rock star", diz.

Os passos de Laura Bush
Os passos de Michelle Obama nesta campanha eleitoral se assemelham ao de Laura Bush na campanha de George W. Bush em 2004. "Assim como Laura Bush, ela também enfrenta uma campanha de reeleição em que os números de popularidade do seu marido vem diminuindo", lembra Lisa Burns, que escreveu o livro Primeiras-damas e o quarto poder: O enquadramento das esposas presidenciais pela mídia.

Laura Bush foi a ex-primeira dama mais popular da história dos Estados Unidos, tendo alcançado 73% de aprovação. E sua popularidade também foi muito usada na campanha eleitoral para divulgar as coisas positivas que o presidente havia feito. "Há muitas semelhanças entre as duas. Eu diria até que Michelle Obama tirou uma página do manual de Laura Bush em como ser uma primeira-dama", afirma.

No entanto, há especulações na mídia norte-americana de que Michelle Obama poderia seguir os passos de outra ex-primeira-dama, Hillary Clinton, que usou sua popularidade para concorrer ao senado. Mas ela já negou ter interesse em seguir este caminho. "Acho que é mais provável que Michelle Obama faça política nos bastidores, como ela fazia antes de Barack Obama ser eleito, através de alguma organização, não necessariamente no governo", conclui.

Fonte: Especial para Terra
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