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Estados Unidos

Vítimas de tornado nos EUA estão perplexas sobre como sobreviveram

22 mai 2013 - 19h46
(atualizado às 20h34)
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Pessoas afetadas pelo tornado desta semana em Oklahoma atribuíram sua sobrevivência a Deus, à sorte e à robustez dos seus armários. A tempestade da segunda-feira deixou 24 mortos na localidade de Moore, número surpreendentemente baixo diante de tanta destruição.

Pelo menos uma família se refugiou em uma banheira e algumas pessoas se fecharam em abrigos subterrâneos das próprias casas. Nesta quarta-feira, enquanto equipes de resgate e cães farejadores continuam vasculhando os escombros, os sobreviventes contavam suas histórias enquanto tentavam recuperar parte dos seus pertences.

"Ontem eu estava paralisada. Hoje chorei muito. Agora, estou no lado da vitória disso tudo", disse Beth Vrooman, que se escondeu na sua garagem durante o tornado que durou 50 minutos e, com ventos superiores a 320 quilômetros por hora, devastou quarteirões inteiros e demoliu duas escolas, deixando um rastro de destruição de 27 quilômetros na região central de Oklahoma.

Dos 24 mortos, dez eram crianças, incluindo sete que morreram na escola primária Plaza Towers. Cerca de 240 outras pessoas ficaram feridas. A vítima mais jovem tinha 4 meses de idade. A mais velha, 63 anos.

Os meteorologistas classificaram o tornado como um EF5, o mais intenso na Categoria Melhorada Fujita. Ele danificou ou destruiu cerca de 12-13 mil casas, e afetou estimadas 33 mil pessoas, segundo o prefeito de Oklahoma City, Mick Cornett, cidade vizinha a Moore, que tem 55 mil habitantes.

O presidente norte-americano, Barack Obama, deve vistoriar pessoalmente os estragos no domingo, segundo a Casa Branca.

Equipes de resgate já retiraram mais de 100 sobreviventes dos escombros. Mais cedo nesta quarta-feira, autoridades haviam informado que seis pessoas estavam desaparecidas, porém mais tarde elas foram encontradas.

Cinco das seis pessoas sobreviveram. A sexta vítima já havia sido incluída no número total de fatalidades do tornado, disse o chefe da polícia de Moore, Jerry Stillings.

"Eles não sabem ao certo se (os desaparecidos) saíram andando ou se estão nos escombros", disse o diretor do Departamento de Gestão de Emergências de Oklahoma, Albert Ashwood, em entrevista coletiva.

Especialistas disseram que o aviso à população sobre o tornado com uma antecedência de 16 minutos foi crucial para que o número de mortos fosse baixo. Outro fator é que a população está conscientizada do perigo nessa região, conhecida como "Alameda dos Tornados".

Mesmo assim, alguns sobreviventes estavam perplexos.

Tonya Williams, de 38 anos, disse que ainda estava em choque depois de sobreviver, como tanta gente, se escondendo num armário. Ela colocou capacetes de ciclismo nos seus dois filhos, de 6 e 8 anos, e também guardou seus três cachorros em um armário.

"Rezamos. Eu conseguia sentir a pressão, e ser sugada. Coloquei meu corpo em cima deles para tentar protegê-los", disse Williams.

Vizinhos cavaram para retirar a família, pois o andar superior da casa havia desabado em cima e ao redor do armário. Williams e seus filhos sofreram apenas ferimentos leves.

Uma grande cruz de madeira que pendia de uma parede no andar superior foi achada em cima deles, contou Williams. "Se você não era uma pessoa religiosa, agora é", disse ela. "Não há palavra para descrever isso senão milagre."

(Reportagem adicional de Alice Mannette, Lindsay Morris, Nick Carey, Brendan O'Brien, Greg McCune, Jane Sutton e Susan Heavey)

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