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Estados Unidos

Vi a morte, diz chinês sequestrado por suspeitos de Boston

Homem de 26 anos identificado como Danny foi sequestrado pelos irmãos Tsarnaev no final da noite de quinta-feira, 18 de abril

26 abr 2013 - 13h19
(atualizado às 13h37)
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Uma semana após ser peça-chave na captura dos suspeitos pelas explosões na Maratona de Boston, o chinês identificado apenas como Danny fez um relato ao jornal americano Boston Globe sobre os 90 minutos que passou sequestrado pelos irmãos Tsarnaev.

Danny, que não quis divulgar seu nome chinês, diz que estava com a sua caminhonete Mercedez Benz parada na avenida Brighton, em Cambridge, quando um veículo tipo sedan se aproximou batendo em sua traseira e um homem com roupas negras desceu do carro e se aproximou da janela do banco de passageiros. Quando Danny abriu a janela, o homem enfiou uma arma para dentro do carro, destravou o veículo e pulou no lugar do carona.

Na sequência, o homem teria perguntado se Danny estava acompanhado o noticiário sobre as explosões em Boston. "Eu fiz aquilo. E acabei de matar um policial em Cambrigde", disse o homem, segundo relato do chinês.

Segundo Danny, 26 anos, o incidente aconteceu por volta das 23h da última quinta-feira, 18 de abril. Cerca de meia hora antes, Tamerlan, 26 anos, e Dzhokhar Tsarnaev, 19 anos, mataram o policial da universidade MIT Sean Collier.

Inicialmente, apenas Tamerlan ocupou o carro de Danny, com Dzhokhar seguindo logo atrás no sedan. Mais tarde, durante uma parada para tirar dinheiro de um dos cartões roubados do chinês, o mais novo dos Tsarnaev teria se juntado a eles no Mercedez.

Danny relata que durante os 90 minutos que permaneceu em poder dos irmãos, eles trafegaram em ziguezague pelas ruas de Brighton, Watertown e Cambridge em meio a conversas sobre assuntos que variavam entre garotas, créditos estudantis, as maravilhas da Mercedes-Benz ML 350 e do iPhone 5 e sobre se alguém ainda ouvia CDs. Ele diz que o tempo inteiro pensou "a morte está tão perto de mim". 

Em um dos períodos em que os irmãos conversavam entre si, em uma língua que desconhecia, Danny disse que ouviu a palavra Manhattan e, em seguida, Dzhokhar lhe perguntou se seu carro poderia ser dirigido para o outro Estado, como Nova York. A partir disso, Danny levantou a suspeita de qual seria o próximo alvo dos Tsarnaev.

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O chinês, que chegou aos Estados Unidos em 2009 para fazer um mestrado, se graduou em 2012 e retornou há cerca de dois meses com visto de trabalho para montar uma startup, conta que a oportunidade de escapar veio quando o carro em que estavam ficou sem gasolina e os irmãos precisaram parar em um posto.

Como já era de madrugada, o posto em que pararam não estava aceitando mais cartão de crédito direto na bomba - o normal nos Estados Unidos - e um dos irmãos, Dzhokhar, precisou ir ao caixa pagar pela gasolina. Danny então aproveitou um momento de breve distração de Tamerlan para abandonar o carro e sair correndo em um ângulo em que acreditava ser difícil um disparo de dentro do veículo. Apesar do temor de ser morto, ele conta que os Tsarnaev nunca foram atrás dele.

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Danny diz que correu para um estabelecimento e pediu ao caixa para que ligasse para o 911 - telefone de emergência da polícia americana. Ele então alertou as autoridades sobre a identidade de seus captores e que eles poderiam ser rastreados pelo GPS da Mercedez e pelo iPhone que deixou no carro.

A dica deu início a uma perseguição policial que foi seguida pelo tiroteio que matou Tamerlan por volta da 1h de sexta-feira e em um policial ficou ferido. Dzhokhar ainda conseguiria fugir e permanecer escondido por quase todo o dia, sendo capturado de noite dentro de um barco. O suspeito está preso e, segundo a polícia, confessou que ele e o irmão realizaram o atentado que deixou 3 mortos e quase 300 feridos. 

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Fonte: Terra
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