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Estados Unidos

Turquia apoiaria zona de exclusão aérea liderada por EUA na Síria

9 mai 2013 - 21h22
(atualizado às 21h45)
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O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse que a Turquia apoiaria uma zona de exclusão aérea imposta pelos Estados Unidos na Síria e advertiu que Damasco cruzou a "linha vermelha" definida pelo presidente norte-americano, Barack Obama, sobre armas químicas há muito tempo, de acordo com uma entrevista à NBC divulgada nesta quinta-feira.

Uma zona de exclusão aérea para proibir aviões militares sírios de atingir alvos rebeldes foi mencionado pelos parlamentares norte-americanos como uma opção que os Estados Unidos poderiam usar para pressionar o presidente sírio, Bashar al-Assad.

"Desde o começo ... nós diríamos 'sim'", disse Erdogan, quando perguntado se a Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que compartilha a maior parte de sua fronteira com a Síria, apoiaria tal ação, de acordo com a entrevista.

Mas a criação de uma zona de exclusão aérea exigiria ataques aéreos dos Estados Unidos e, possivelmente, o envio de forças para a Síria. Há pouca chance de que os Estados Unidos se comprometam com isso em breve, dizem autoridades de segurança norte-americanas.

Ainda assim, os comentários de Erdogan podem pressionar Washington a agir em relação à guerra civil de dois anos que já matou mais de 70 mil pessoas e desestabilizou ainda mais uma região volátil.

Erdogan também disse que Assad disparou mísseis com armas químicas em seus adversários, cruzando a chamada linha vermelha de Obama "muito tempo atrás".

Em agosto, Obama disse que vê o uso de armas químicas na Síria como uma "linha vermelha". Mas, diferentemente de quando a inteligência usou especulações para justificar a guerra de 2003 no Iraque, os Estados Unidos dizem que querem provas antes de tomarem qualquer ação.

"É claro que o regime usou armas químicas e mísseis. Eles usaram cerca de 200 mísseis, de acordo com a nossa inteligência", disse Erdogan.

O líder turco não deixou claro se a Turquia acreditava que todos os 200 mísseis carregavam armas químicas e disse que seu governo não havia decidido se o gás sarin foi usado.

"Há diferentes tamanhos de mísseis. E depois há mortes causadas por esses mísseis. E há queimaduras, você sabe, queimaduras graves e reações químicas", disse Erdogan quando perguntado sobre quais evidências a Turquia tinha.

"E há os pacientes que são trazidos para os nossos hospitais que foram feridos por essas armas químicas", acrescentou.

"Você pode ver que são afetadas por mísseis químicos por suas queimaduras", disse Erdogan, acrescentando que a Turquia irá compartilhar dados de sua inteligência com o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Obama se reunirá com Erdogan em Washington, em 16 de maio.

As forças de Assad e da oposição se acusaram mutualmente do uso de armas químicas. Erdogan disse à NBC que ele duvidava que os oponentes de Assad tenham usado essas armas porque não tinham acesso a elas.

A agência de notícias estatal turca Anatolian afirmou mais cedo nesta quinta-feira que o país enviou oito especialistas para a fronteira com a Síria para fazer exames em vítimas feridas da guerra civil em busca de vestígios de armas químicas e biológicas.

(Reportagem de Paul Eckert)

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