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Estados Unidos

Testemunhas descrevem últimos momentos das vítimas de Boston

Réu Dzhokhar Tsarnaev, de 21 anos, confessou por meio de seus advogados que ele e seu irmão mais velho conduziram o atentado à bomba de 15 de abril de 2013

5 mar 2015 - 20h11
(atualizado às 21h22)
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Correria após explosão de bomba na Maratona de Boston em 2013.  15/04/2013
Correria após explosão de bomba na Maratona de Boston em 2013. 15/04/2013
Foto: Dan Lampariello / Reuters

Os jurados no julgamento do atentando à bomba contra a Maratona de Boston ouviram nesta quinta-feira os relatos comoventes de testemunhas sobre os últimos momentos antes da morte de três pessoas no atentado, quando dois explosivos foram detonados em meio ao público que se encontrava próximo à linha de chegada, em 2013.

Um homem pai de três filhos lembrou ter assistido várias pessoas tentarem em vão reanimar o menino Martin Richard, de 8 anos, um policial de Boston recordou ter prestado os primeiros-socorros a Krystle Campbell, de 29 anos, e uma outra policial disse ter deixado o corpo de Lingzi Lu, de 23 anos, somente quando ordenada por seu capitão, em meio aos temores sobre a existência de uma terceira bomba.

O réu Dzhokhar Tsarnaev, de 21 anos, confessou por meio de seus advogados que ele e seu irmão mais velho conduziram o atentado à bomba de 15 de abril de 2013, quando três pessoas morreram e outras 264 ficaram feridas. Ele também é julgado por ter atirado fatalmente em um policial três dias depois.

No entanto, Tsarnaev continuou a alegar não ser culpado, deixando ao júri o papel de condená-lo e, caso o façam, de determinar se ele será sentenciado a morte ou a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

Homem ignora frio em Boston e "mergulha" na neve:

A policial de Boston Lauren Woods lembrou de ter corrido através da multidão de espectadores aterrorizados antes de ajudar alguns socorristas a carregarem Lingzi, uma estudante de intercâmbio chinesa que ficou gravemente ferida nas explosões, até uma ambulância de plantão.

“Um paramédico... nos disse para retirá-la porque ela estava morta e ele precisava manter a ambulância disponível para pessoas que pudessem ser salvas”, disse Lauren, que manteve-se ao lado do corpo de Lingzi até seu capitão ordenar que deixasse o local.

Tsarnaev enfrenta 30 indiciamentos federais por crimes que incluem duas acusações de uso de arma de destruição em massa resultante em morte, assim como acusações relacionadas à morte a tiros de um policial três dias após o atentado, enquanto o réu e seu irmão Tamerlan, de 26 anos, tentavam fugir da cidade. O irmão mais velho acabou morto naquela mesma noite.

A família Tsarnaev se mudou da conturbada região russa da Chechênia para os EUA cerca de uma década antes do ataque. Promotores sustentam que as ações dos irmãos foram motivadas por opiniões militantes islâmicas.

Os julgamentos que envolvem a pena de morte se desenrolam em duas fases, com o júri primeiro estabelecendo se o réu é culpado e depois, caso o réu seja condenado, se a pena de morte deve ser aplicada.

O promotores e os advogados de defesa têm debatido ao longo dos dois primeiros dias de julgamento sobre qual tipo de evidência deve ser aceita durante a primeira fase do julgamento.

Os advogados de defesa tentam provar que Tamerlan Tsarnaev foi a força motriz por trás do atentado, com seu irmão mais novo tendo somente um papel secundário.

O juiz distrital George O’Toole disse na quarta-feira que aceitaria apenas testemunhos restritos sobre o irmão mais velho durante a primeira fase do julgamento.

"Caos"

Nesta quinta, Alan Hern, um pai de três filhos que havia viajado de Martinez, na Califórnia, para vez sua mulher correr em Boston, disse aos jurados ter aguardado enquanto algumas pessoas aplicavam os primeiros-socorros em seu filho de 11 anos, cujas pernas ficaram gravemente feridas, e então o levaram até uma ambulância.  

“A última coisa que eu vi foi Martin Richard na calçada, havia duas pessoas ainda tentando reanimá-lo, mas eu pude ver seus olhos claramente e eu não achei que ele estava vivo”, disse Hern, um técnico de futebol em uma escola secundária.

Outro policial de Boston, Frank Chiola, disse que estava em pé perto da linha de chegada quando a primeira bomba detonou e que ouviu a segunda detonação enquanto corria para o local da explosão.

“Você não podia dizer quem estava vivo e quem estava morto”, disse Chiola, que foi o responsável por administrar os primeiros-socorros em Krystle Campbell, de 29 anos, que depois veio a morrer. “Era o caos”, afirmou.

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