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Estados Unidos

Tempestade Sandy atinge os EUA e paralisa Nova York

30 out 2012 - 07h46
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Milhões de pessoas no leste dos EUA acordaram nesta terça-feira com o rastro de destruição deixado pela gigantesca tempestade Sandy, que alagou casas, derrubou árvores, provocou a falta de energia generalizada e inundou o sistema de metrô de Nova York e ruas no distrito financeiro de Manhattan.

Homem tenta caminhar em rua alagada no bairro do Brooklyn durante tempestade Sandy em Nova York. 29/10/2012
Homem tenta caminhar em rua alagada no bairro do Brooklyn durante tempestade Sandy em Nova York. 29/10/2012
Foto: Keith Bedford / Reuters

Pelo menos 15 pessoas foram mortas nos Estados Unidos pela Sandy, uma das maiores tempestades a atingir o país, que perdeu o status de furacão antes de atingir o solo na noite de segunda-feira em Nova Jersey.

Mais de um milhão de pessoas em uma dúzia de Estados receberam ordens de deixar suas casas à medida que a tempestade rumava sentido oeste.

Obama emitiu decretos federais de emergência para Nova York e Nova Jersey, declarando que "grandes catástrofes" ocorreram nos dois Estados.

Uma empresa de previsão de desastres estimou que as perdas econômicas poderiam chegar a 20 bilhões de dólares, sendo apenas metade garantida por seguros.

"Está uma devastação total aqui, há barcos na rua a cinco quadras do oceano", disse Peter Sandomeno, um dos proprietários do Broadway Court Motel, em Point Pleasant Beach, Nova Jersey. "Essa é a pior tempestade que eu já vi, e eu já moro aqui há 11 anos."

A tempestade também desacelerou a campanha presidencial em um momento decisivo antes da votação na próxima semana e fechou os mercados dos EUA por dois dias.

Sandy, que é especialmente preocupante por causa de seus ventos de grande alcance, provocou um aumento recorde do nível da água chegando a 4,2 metros no centro de Manhattan, bem acima do recorde anterior, de 3 metros, registrado durante o furacão Donna, em 1960, de acordo com o Serviço Nacional Meteorológico.

A água invadiu o sistema de metrô e túneis que correm sob os rios ao redor de Manhattan, despertando preocupações de que a capital financeira mundial possa ficar paralisada por dias.

"Batendo na maré alta, as ondas mais fortes e os ventos mais fortes, tudo atingiu no pior momento possível", disse Jeffrey Tongue, meteorologista em Brookhaven, Nova York. Segundo ele, foram registrados ventos com força de furacão de até 145 km/h.

"Esperamos que seja uma tempestade que acontece uma única vez na vida", afirmou Tongue.

Grandes áreas de Nova York estavam às escuras sem energia e o transporte na área metropolitana foi interrompido.

"Em 108 anos, nossos funcionários nunca enfrentaram um desafio como o que nos confronta agora," disse o presidente da Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA), Joseph Lhota, em um comunicado.

Pode demorar de 14 horas a quatro dias para retirar a água dos túneis inundados do metrô, de acordo com a MTA.

"Os danos foram geograficamente muito espalhados em todo o metrô e ônibus", disse o porta-voz da MTA Aaron Donovan.

MAIS DE 50 CASAS INCENDIADAS

As inundações sem precedentes prejudicaram os esforços para combater um grande incêndio em uma ilha da cidade, Breezy Point, no bairro do Queens, informaram os bombeiros. Mais de 170 bombeiros combateram um incêndio que destruiu mais de 50 casas.

Duas pessoas morreram em Nova York --um homem em uma casa atingida por uma árvore e uma mulher que levou um choque ao pisar numa poça. Duas outras pessoas morreram no subúrbio de Westchester County, ao norte de Nova York, e dois outros foram registrados mortos em Long Island.

Uma morte em um acidente de carro em Massachusetts foi responsabilizada, em parte, pelo mau tempo.

Dois outros foram mortos em Maryland em incidentes relacionados à tempestade, de acordo com as autoridades estaduais, e houve mortes também em Connecticut, Nova Jersey, Pensilvânia e Virgínia Ocidental, segundo a CNN.

A polícia de Toronto, no Canadá, também registrou uma morte, de uma mulher atingida por escombros.

Ao menos 7,3 milhões de pessoas em vários Estados ficaram sem energia elétrica por causa do temporal, que atingiu o continente na segunda-feira em Atlantic City, Nova Jersey.

A tempestade caía sentido oeste na região centro-sul da Pensilvânia, ainda sustentando ventos com força de furacão, a até 105 km/h, informou o Serviço Nacional de Meteorologia.

Rajadas de vento, chuvas e inundações poderiam se estender até terça-feira, mas sem o poder devastador inicial da tempestade, disse o meteorologista Jim Dickey, da AccuWeather.

"No geral, o pior já passou", afirmou Dickey.

O corredor de vento da tempestade se expandia da Carolina do Sul para o norte até a fronteira canadense e de West Virginia a um ponto no Oceano Atlântico, a meio caminho de Bermudas, facilmente um dos maiores já visto, afirmou o Centro Nacional de Furacões.

Neve intensa caiu na áreas mais altas das montanhas Apalaches.

CIDADES INUNDADAS EM NOVA JERSEY

Três cidades de Nova Jersey, a oeste de Nova York, foram inundadas com água até 1,5 metro depois que um dique no Rio Hackensack próximo dali foi rompido ou transbou, disseram autoridades. Equipes de resgate usavam barcos para retirar moradores de Moonachie, Little Ferry e Carlstadt.

Em Nova York, uma grua desabou parcialmente e balançou um prédio de apartamentos de luxo de 90 andares em construção no centro de Manhattan.

Grande parte da cidade estava deserta, com seus metrôs, ônibus, trens, pontes e aeroportos fechados. A falta de energia escureceu boa parte do centro de Manhattan, além do Condado de Westchester, afetando mais de 650 mil clientes, informou a empresa de energia Consolidated Edison.

"Esta é a maior queda de energia relacionada a uma tempestade em nossa história", disse John Miksad, vice-presidente sênior de operações elétricas da Con Ed. O recorde anterior era de mais de 200.000 clientes atingidos com interrupções no ano passado durante o furacão Irene.

Bairros ao longo dos rios East e Hudson, em Manhattan, estavam debaixo d'água, assim como as ruas baixas em Battery Park perto do chamado Ground Zero, onde ficava o World Trade Center.

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