Temendo insegurança, EUA fecham embaixada na Síria
Os Estados Unidos decidiram fechar sua embaixada em Damasco porque consideram que as autoridades do país são incapazes de garantir a segurança da missão diplomática, informou nesta segunda-feira à agência EFE uma fonte oficial síria, que pediu anonimato.
A fonte disse ter recebido informações de que esta segunda-feira é o último dia de trabalho na embaixada, onde as pessoas estão recolhendo os materiais.
As autoridades sírias, acrescentou a fonte, cumpriram com sua parte e foram "muito receptivas", por isso que levantaram muros de concreto próximo ao complexo da representação diplomática, embora o Departamento de Estado americano continue pedindo outras medidas.
Damasco "é simplesmente pequena demais para cercar todas as embaixadas que pedem proteção", disse a fonte. Por enquanto, Washington não confirmou nem desmentiu o fechamento de sua embaixada.
A embaixada americana, que se encontra no coração da cidade, não é a única preocupada com sua segurança. Diplomatas italianos, franceses e britânicos se reuniram com as autoridades sírias nas últimas semanas para expressar seus temores.
No dia 20 de janeiro, Washington advertiu a Síria que fecharia sua embaixada se o Governo de Bashar al Assad não adotar medidas adicionais de segurança para sua equipe diplomática. "Advertimos o Governo sírio de que, a não ser que sejam dados passos concretos nos próximos dias, pode ser que não tenhamos outra alternativa a não ser fechar a missão", disse o Governo americano em comunicado.
Nos últimos meses, os Estados Unidos mantiveram sua preocupação pela segurança de seu embaixador em Damasco, Robert Ford, que despertou a animosidade do regime sírio ao viajar ao reduto rebelde de Homs meses depois do início dos protestos.
Em outubro, os Estados Unidos informaram sobre "ameaças críveis contra a segurança pessoal" de Ford, o que Damasco respondeu com a retirada temporária de seu chefe de missão em Washington, Imad Mustafa.
O diplomata americano retornou a Damasco dia 6 de dezembro para continuar um trabalho que o Departamento de Estado classificou como "crucial" em seus esforços para frear a repressão das revoltas populares e conhecer em primeira mão a situação no local.
O anúncio do fechamento da missão diplomática acontece após a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ameaçar a Síria com novas sanções regionais e internacionais, além de reforçar as já existentes. "Trabalharemos para cortar as provisões de armamento para o regime sírio e faremos públicos os países que apoiam este regime de forma financeira", advertiu a secretária de Estado.