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Estados Unidos

Strauss-Kahn pode processar ex-camareira que o acusou

25 ago 2011 - 17h26
(atualizado às 17h49)
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O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn não descarta processar Nafissatou Diallo caso avance a ação civil apresentada em julho contra ele pela guineana por agressão sexual e tentativa de estupro, informou nesta quinta-feira o jornal New York Post. "O processo civil terá os mesmos defeitos legais que a ação criminal porque depende da credibilidade" da denunciante, segundo detalha o periódico, que menciona fontes ligadas à defesa do político e economista francês, que não deram mais detalhes a respeito.

O ex-diretor do FMI, o político francês Dominique Strauss-Kahn, e a mulher dele, Anne Sinclair, deixam a corte de Manhattan, em Nova York. O juiz Michel Obus decidiu rejeitar todas as acusações de crimes sexuais contra ele, feitas pela camareira de um hotel em maio. A decisão foi tomada após um pedido da promotoria para que as acusações fossem recusadas, diante de supostas mentiras que a acusadora havia contado aos promotores
O ex-diretor do FMI, o político francês Dominique Strauss-Kahn, e a mulher dele, Anne Sinclair, deixam a corte de Manhattan, em Nova York. O juiz Michel Obus decidiu rejeitar todas as acusações de crimes sexuais contra ele, feitas pela camareira de um hotel em maio. A decisão foi tomada após um pedido da promotoria para que as acusações fossem recusadas, diante de supostas mentiras que a acusadora havia contado aos promotores
Foto: AFP

Essas fontes se mostraram confiantes em que qualquer júri vai considerar Nafissatou, a camareira guineana que acusou DSK, como é conhecido pela imprensa, em 14 de maio, "desonesta". A defesa do político francês não informou qual será o próximo passo depois que terminar o caso penal contra DSK nesta terça-feira.

No entanto, especialistas consultados pelo New York Post especularam que uma reconvenção incluiria que a guineana "difamou" Strauss-Kahn e o privou de sua liberdade ao fazer acusações "infundadas" e "difamatórias". O juiz Michael Obus retirou na terça-feira as sete acusações formuladas contra DSK ao aceitar a recomendação do promotor de Manhattan, Cyrus Vance, que reconheceu que seu escritório seria incapaz de provar as acusações, "além de toda dúvida razoável" por problemas de credibilidade da camareira.

Antes das acusações serem retiradas, os advogados de Nafissatou insistiram em que a mulher manterá seu processo civil contra DSK para que sua cliente receba a indenização que, segundo sua opinião, merece receber pelo dano psicológico causado pelo ocorrido. No processo civil apresentado em 8 de agosto perante um tribunal do Bronx, os advogados da guineana reiteraram que Strauss-Kahn agrediu sexualmente à litigante de forma "sádica, proposital, brutal e violenta" e que nesse processo "humilhou, degradou, estuprou e roubou sua dignidade como mulher".

A denúncia exige que seja realizado um julgamento no qual um júri popular vai estabelecer uma indenização por uma quantia ainda não definida. Os advogados do economista francês acreditam que o processo civil vai "afundar" assim como o penal e disseram que o único interesse de Nafissatou é lucrar com a denúncia.

O caso contra DSK começou a perder força em julho, quando a Promotoria revelou detalhes que minaram a credibilidade da camareira, que chegou a mentir em seu pedido de asilo nos Estados Unidos, além de ter mantido uma conversa por telefone com um prisioneiro sobre "como poderia conseguir dinheiro acusando" o político francês, um dia após o incidente.

Strauss-Kahn, 62 anos, é desde terça-feira um homem livre e pode retornar quando quiser à França, embora antes prefira resolver "alguns assuntos" pendentes em Washington, onde na próxima semana planejou fazer uma visita à sede do FMI.

EFE   
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