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Estados Unidos

Snowden diz que governo dos EUA "não pode impedir a verdade"

17 jun 2013 - 14h37
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Edward Snowden, responsável pelo vazamento sobre os programas de vigilância secretos dos Estados Unidos e que está em um local desconhecido de Hong Kong, disse nesta segunda-feira ao jornal britânico "The Guardian" que o governo de seu país não pode "impedir a verdade".

"Tudo o que posso dizer agora é que o governo dos Estados Unidos não vai poder encobrir isto me prendendo ou me matando. A verdade está saindo e não se pode parar", declarou o ex-funcionário da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) em uma sessão de perguntas e respostas com internautas da publicação britânica.

Snowden reconheceu que após ter se foragido de seu país, "não espera voltar a ver sua casa" e que não tem ideia de "onde terminará".

O ex-técnico da CIA e da NSA revelou no início do mês aos jornais "The Guardian" e "The Washington Post" a existência de dois programas secretos por meio dos quais o governo americano supostamente coleta registros telefônicos e dados digitais de milhões de usuários.

Em resposta à pergunta de um leitor, Snowden, cuja identidade foi divulgada pelo "The Guardian" em 9 de junho, não esclareceu se existem mais pessoas com cópia dos controvertidos documentos revelados por ele.

Snowden também explicou que abandonar os EUA significou "um risco incrível", pois os empregados da NSA devem notificar suas viagens ao estrangeiro com 30 dias de antecipação e "são vigiados".

Além disso, contou que existia uma possibilidade de ser "interceptado em rota", pois isso tinha que viajar sem reserva para um país onde pudesse trabalhar "sem ser detido imediatamente".

Snowden explicou ainda que esperou o presidente dos EUA, Barack Obama, chegar ao poder pois tinha "fé" em sua "promissora" campanha política antes de fazer suas revelações.

"Infelizmente, pouco depois de chegar ao poder, (Obama) fechou a porta para investigar as violações sistemáticas da lei, aprofundou e expandiu vários programas abusivos e se negou a gastar capital político para pôr fim às violações de direitos humanos como as ocorridas em Guantánamo", disse.

EFE   
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