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Estados Unidos

Seis policiais serão processados por morte de jovem negro em Baltimore

1 mai 2015 - 12h55
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A morte do jovem negro Freddie Gray quando se encontrava sob custódia policial na cidade de Baltimore foi um homicídio e por isso serão processados seis agentes da polícia envolvidos no crime, afirmou nesta sexta-feira a promotora local Marilyn Mosby.

A promotoria já emitiu ordens de prisão para os agentes envolvidos no caso.

"Os resultados de nossa investigação independente, somados ao relatório do exame médico que determinou a morte do sr. Freddie Gray foi um homicídio, nos levam à conclusão de que temos causas prováveis para abrir processos criminais", declarou Mosby em coletiva de imprensa.

Os agentes deverão responder por várias acusações, incluindo homicídio duplamente qualificado.

De acordo com Mosby, os agentes prenderam Gray ilegalmente, já que ele não cometeu crime algum.

O anúncio de Mosby foi recebido com gritos de alegria por manifestantes que acompanhavam a coletiva de imprensa em uma praça diante da prefeitura, que nos últimos dias foi o cenário principal dos protestos.

Na véspera, a polícia de Baltimore entregou ao Ministério Público os resultados de sua investigação sobre a morte de Gray, que morreu em 19 de abril por causa de fraturas na coluna vertebral uma semana depois de ser preso,

O fato desencadeou graves distúrbios em Baltimore na segunda-feira após o funeral do jovem, e na quarta-feira os protestos se estenderam a várias outras cidades da costa leste dos Estados Unidos, incluindo Nova York, Boston e a capital Washington.

Os protestos estouraram com força em Baltimore - cidade portuária com 620 mil habitantes -, mas também se espalharam para Filadélfia, a última cidade do leste a se somar aos protestos, onde 600 pessoas se reuniram para pedir justiça neste caso.

Em Nova York (leste), 143 pessoas foram detidas na noite de quarta-feira, durante a marcha convocada sob o lema "NYC se mobiliza e apoia Baltimore", segundo balanço da polícia.

A prefeita de Baltimore Stephanie Rawlings-Blake impôs um toque de recolher desde terça-feira, e afirmou que a necessidade de manter o toque será avaliada dia a dia.

Na segunda-feira, os distúrbios deixaram mais de 140 veículos incendiados, 20 policiais feridos, 250 suspeitos presos e centenas de lojas saqueadas na cidade.

Gray é a mais recente vítima afro-americana da violência policial após uma série de casos similares registrados nos Estados Unidos.

Em agosto de 2014, um policial branco atirou e matou um adolescente negro em San Luis, um subúrbio de Ferguson (Missouri, centro), o que provocou manifestações nas principais cidades dos Estados Unidos, de Los Angeles a Nova York, que se intensificaram depois que um grande júri se negou a indiciar a polícia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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