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Estados Unidos

Restos mortais de crianças são identificados em reformatório

Jovens foram por décadas vítimas de abusos e assassinatos no local, situado na Flórida e fechado em 2011

25 set 2014 - 21h23
(atualizado às 21h23)
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<p>Glenn Varnadoe, sobrinho de Thomas Varnadoe, fala à imprensa durante uma coletiva realizada em 25 de setembro, na Universidade de South Florida</p>
Glenn Varnadoe, sobrinho de Thomas Varnadoe, fala à imprensa durante uma coletiva realizada em 25 de setembro, na Universidade de South Florida
Foto: Chris O'Meara / AP

Pesquisadores anunciaram nesta quinta-feira a identificação dos restos mortais de duas crianças em meio a centenas de corpos recuperados de túmulos sem identificação em um reformatório que funcionou durante um século no estado americano da Flórida.

Os corpos são de Thomas Varnadoe, de 13 anos, e Earl Wilson, de 12, segundo comparações feitas com o DNA de familiares mortos há mais de 70 anos, informaram em um comunicado os pesquisadores da Universidade de South Florida.

Desde 2011, foram exumados restos mortais de 55 túmulos sem identificação no terreno do reformatório Arthur G. Dozier, em Marianna, na Flórida (sudeste dos EUA), onde os jovens, na maioria negros, foram por décadas vítimas de frequentes abusos e até assassinatos, segundo denúncias de pessoas que estiveram no centro.

"Nossa capacidade de encontrar respostas e entregar os restos daqueles que morreram a seus irmãos e irmãs depois de mais de 70 anos é um privilégio", disse Erin Kimmerle, professora de Antropologia que lidera o grupo de pesquisadores.

Em agosto, os pesquisadores anunciaram a identificação de um dos primeiros restos mortais encontrados, o de George Owen Smith, de 14 anos.

Segundo a certidão de óbito, Thomas Varnadoe morreu de pneumonia um mês após sua chegada ao Dozier em setembro de 1934.

Wilson morreu em agosto de 1944 agredido por outros quatro companheiros enquanto o grupo estava preso em uma pequena cabana de confinamento. Seus restos foram encontrados em uma área do terreno marcada por cruzes, mas, segundo os pesquisadores, esses sinais não correspondiam exatamente ao número de túmulos e de crianças enterradas.

"Fico muito satisfeito e aliviado de que Thomas não tenha que permanecer por toda a eternidade nesses terrenos onde a condição humana foi degradada, e que descansará em paz com seus irmãos e familiares que não o esqueceram", disse seu sobrinho, Glen Varnadoe, em uma entrevista coletiva à imprensa.

O reformatório Arthur G. Dozier, que chegou a ser o maior dos Estados Unidos, funcionou de 1900 a 2011, quando foi fechado pelas autoridades pelo grande número de denúncias de maus tratos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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