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Estados Unidos

Republicanos revogarão medidas de Obama sobre armas se chegarem à presidência

5 jan 2016 - 21h57
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Os pré-candidatos republicanos à Casa Branca prometeram nesta terça-feira revogar as medidas executivas para controlar a venda de armas de fogo apresentadas hoje pelo presidente Barack Obama se vencerem as eleições de novembro.

Desde o domingo, quando foi anunciado que Obama preparava o decreto, os aspirantes conservadores expressaram com contundência sua rejeição absoluta a que o presidente tente, segundo sua opinião, limitar o direito ao porte de armas previsto na Segunda Emenda da Constituição.

O magnata Donald Trump, que continua liderando as enquetes republicanas, afirmou ontem à emissora "CNN" que o que busca Obama é que os americanos não possam comprar armas e já no dia anterior, após vazar a notícia do anúncio, prometeu em um comício que revogará a medida imediatamente se chegar à Casa Branca.

O segundo colocado nas pesquisas, o senador Ted Cruz, lançou um abaixo-assinado na internet para "lutar contra as ações executivas inconstitucionais" de Obama, tal como anunciou hoje no Twitter.

Outro dos aspirantes com mais possibilidades, o senador Marco Rubio, considerou hoje em entrevista à emissora "Fox" que as medidas não servirão para prevenir o crime ou a violência.

"Obama está obcecado em minar a Segunda Emenda. Procura qualquer maneira para enfraquecê-la e esta é outra via para fazer isso", opinou o legislador de origem cubana.

Quem também criticou Obama foi o governador de Nova Jersey, Chris Christie, ao chamar-lhe de "criança suscetível" por suas medidas executivas sobre as armas de fogo.

"Este presidente quer atuar, por assim dizer, como um rei ou um ditador. Tenho certeza que o próximo presidente eliminará essas ações inconstitucionais", disse no domingo em um comício.

Por sua parte, o neurocirurgião aposentado Ben Carson escreveu hoje no Twitter que as medidas de Obama "regulam a liberdade dos cidadãos que obedecem as leis".

Também na rede social o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, que não consegue se recuperar nas enquetes, prometeu revogar as medidas executivas de Obama e proteger a Segunda Emenda.

"Hoje Obama evidenciou de novo porque é um dos presidentes mais liberais e divisores da história", escreveu o irmão e filho de ex-presidentes.

Em contraste, os dois principais pré-candidatos democratas cerraram fileiras com o presidente e defenderam a oportunidade e o alcance de suas medidas para controlar o acesso às armas de fogo.

"Obrigado, POTUS (acrônimo de presidente dos EUA) por dar um passo crucial contra a violência armada. Nosso próximo presidente tem que continuar esse progresso, não destroçá-lo", escreveu a favorita democrata, a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton.

No mesmo sentido se pronunciou o senador por Vermont, Bernie Sanders, que acusou os republicanos em comunicado de serem "mais leais aos lobistas das armas" que às crianças do país.

Como na maioria dos assuntos políticos dos Estados Unidos, as reações de democratas e republicanos foram hoje diametralmente opostas após o solene e emotivo anúncio de Obama na Casa Branca.

Obama, que se emocionou e chorou em seu discurso, pediu ao país que deixe para trás as "desculpas" e atue com "urgência" para melhorar o controle das armas de fogo.

Seu pacote de medidas executivas inclui a extensão da verificação de antecedentes de quem comprar uma arma em mercados informais de internet e em feiras, onde é mais simples evitar os controles.

Além disso, Obama pediu ao Congresso, dominado pelos republicanos, US$ 500 milhões para melhorar o acesso aos serviços de saúde mental e recursos adicionais para a contratação de 200 novos agentes e investigadores do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês).

Além disso, Obama quer que o FBI (polícia federal americana) contrate mais de 230 investigadores e equipes adicionais para acelerar o processo das revisões de antecedentes criminais.

A legislação atual estabelece que, se a revisão demorar mais de três dias, o comprador pode adquirir a arma sem que se tenha determinado se é apto ou não para possuir uma.

EFE   
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