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Estados Unidos

Republicanos descartam aprovar teto da dívida se Obama não negociar

6 out 2013 - 17h12
(atualizado às 17h22)
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O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, John Boehner, prometeu, neste domingo, que não iria elevar o teto da dívida norte-americana sem uma "conversa séria" sobre o que está levando à dívida, enquanto os democratas disseram que aumentar a possibilidade de um calote era irresponsável e imprudente.

O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, fala a reporteres durante entrevista coletiva no Capitólio dos Estados Unidos, em Washington. Boehner disse no domingo que os republicanos não concordam "de jeito nenhum" com uma medida para elevar o teto da dívida do país, sem impor condições para conter o déficit. 4/10/2013.
O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, fala a reporteres durante entrevista coletiva no Capitólio dos Estados Unidos, em Washington. Boehner disse no domingo que os republicanos não concordam "de jeito nenhum" com uma medida para elevar o teto da dívida do país, sem impor condições para conter o déficit. 4/10/2013.
Foto: Jonathan Ernst / Reuters

"O crédito do país está em risco por causa da recusa da administração em sentar e ter uma conversa", afirmou Boehner durante o programa "This Week", da rede ABC, acrescentando que não há votos suficientes na Câmara para aprovar um projeto de lei "limpo" para o limite da dívida, sem quaisquer condições definidas.

Perguntado se isso significava que os Estados Unidos estavam na direção de um calote, caso o presidente Barack Obama não negociasse, Boehner respondeu: "Este é o caminho que estamos seguindo".

Os comentários parecem estar mais endurecidos desde a semana passada quando foi noticiado que Boehner teria afirmado aos republicanos em privado que ele trabalharia para evitar o calote, mesmo que isso significasse contar com votos de democratas, como ele fez em agosto de 2011.

Republicanos e democratas também divergem sobre a culpa por uma paralisação que tem levado ao fechamento de grande parte do governo há quase uma semana. Sem término à vista, a batalha sobre o financiamento do governo parece que irá se juntar à discussão sobre o teto da dívida, que deve ser elevado até 17 de outubro para evitar o calote.

Os republicanos estão em busca de concessões em troca do aumento do teto da dívida do país de 16,7 trilhões de dólares. Se o limite de empréstimo não for aumentado, os Estados Unidos poderiam ir a "default, o que, segundo autoridades e economistas, com graves consequências para as economias globais e norte-americana, segundo autoridades e economistas.

O secretário do Tesouro, Jack Lew, alertou sobre as sérias consequências "caso o impensável acontecesse, para se ter um calote dos Estados Unidos".

"É irresponsável e imprudente correr esse risco, e é por isso que o Congresso precisa agir", disse ele à Fox News.

Pressionado pela promessa de Obama de não negociar o limite da dívida, Lew disse: "O presidente sempre esteve procurando uma forma de negociar, de encontrar um meio-termo razoável, com um grupo bipartidário de membros e senadores para fazer a coisa certa para a população norte-americana... Ele aprovou um orçamento que, na verdade, exigiu uma grande passo para ser realizado. Então, o presidente está aberto a negociações. A questão sobre o limite da dívida é diferente".

O senador Ted Cruz, que tem sido um líder proeminente da oposição republicana para o financiamento do governo sem medidas para inviabilizar a reforma de saúde de Obama, também conhecida como Obamacare, disse à CNN que o Congresso frequentemente no passado incluiu limites nos gastos para votar e elevar o teta da dívida.

Nesta ocasião, ele afirmou, os republicanos estavam procurando por três coisas antes de elevar o teto da dívida: um plano estrutural significativo para reduzir os gastos do governo, nenhum novo imposto e medidas para "mitigar os prejuízos do Obamacare".

Democratas prometem não negociar sobre o projeto de financiamento ou o teto da dívida, argumentando que é trabalho do Congresso pagar suas contas.

(Reportagem adicional de Paul Simao)

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