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Estados Unidos

"Paz não virá de resoluções e declarações na ONU", diz Obama

21 set 2011 - 11h23
(atualizado às 12h30)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira que no Oriente Médio "a paz não virá de resoluções e declarações na ONU", mas das negociações diretas entre israelenses e palestinos. Obama deu esta declaração diante da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual o presidente palestino, Mahmoud Abbas, planeja solicitar o reconhecimento da Palestina como Estado, o que os EUA e Israel rejeitam.

O presidente Barack Obama discursa na 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York
O presidente Barack Obama discursa na 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Foto: AFP

O presidente americano dedicou especial atenção em seu discurso ao conflito israelense-palestino, e insistiu que a solução para o problema não chegará com o reconhecimento da Palestina como Estado na ONU, mas com conversas diretas entre as duas partes.

"Não há atalhos para chegar ao final de um conflito que se prolongou há décadas", afirmou. "No final, são os israelenses e os palestinos, não nós, que devem chegar a um acordo nos assuntos que lhes dividem: as fronteiras e a segurança, os refugiados e Jerusalém".

Obama afirmou que os Estados Unidos apoiam o estabelecimento de um Estado palestino, mas defendeu que o êxito só chegará "se pudermos colocar as partes a sentar juntas, a escutar e entender as esperanças e medos mútuos".

Para o presidente americano, as duas partes têm reivindicações legítimas, enquanto os palestinos pedem seu Estado, Israel exige segurança. "Os amigos dos palestinos não lhes fazem bem se omitindo a esta verdade, da mesma forma que os amigos de Israel devem reconhecer a necessidade de conseguir uma solução entre dois Estados, com um Israel seguro junto a uma Palestina independente", ressaltou.

Após o discurso, Obama deve se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e às 19h do horário de Brasília ele se encontra com Abbas, para tentar evitar uma crise nas Nações Unidas e persuadir as partes para a retomada das negociações diretas.

A posição dos EUA é de que o pedido de reconhecimento do Estado palestino na ONU é contraproducente, pode criar mais violência e não servirá para selar a paz entre os envolvidos.

Para Obama, a única forma de conseguir um verdadeiro Estado palestino independente é com conversas diretas com Israel. Entretanto, essas conversas se encontram paradas há um ano, quando expirou a moratória israelense à construção de novas casas nos assentamentos da Cisjordânia. Abbas defende que a única forma de restabelecer as negociações é com o reconhecimento do Estado palestino na ONU.

Enquanto Obama se reúne com os líderes israelense e palestino, os outros membros do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Europeia e ONU) tentam chegar até um consenso, até o momento sem resultado, para uma declaração que permita relançar as negociações diretas de paz.

Primavera Árabe

Obama exaltou 2011 como um ano de "transformação extraordinária" no mundo. Ele relembrou a "difícil década" passada desde o 11 de setembro, e, enfatizando a morte de Osama bin Laden, falou sobre a Primavera Árabe e as mudanças políticas na África.

"Dez anos atrás, havia aqui uma ferida aberta", disse o presidente em referência a Nova York, onde é realizada a Assembleia, mas, agora, "a maré da guerra está recrudescendo", fazendo referência ao enfraquecimento da rede Al-Qaeda. Obama voltou a demonstrar apoio às nações árabes que passam por tranformações históricas de governo, exaltando que os povos de tunísia, egito e líbia decidem agora por si mesmos.

Obama convocou ainda o Conselho de Segurança da ONU a impor imediatamente sanções à Síria pela repressão das manifestações contra o regime de Bashar al-Assad.

"Não agir é indesculpável. É hora de o Conselho de Segurança das Nações Unidas sancionar o regime sírio, e de solidariedade para com os sírios", afirmou Obama em seu discurso na 66ª Assembleia Geral da organização internacional em Nova York.

Obama também ressaltou que não existem "atalhos" em direção à paz no Oriente Médio e advertiu sobre um maior isolamento do Irã e da Coreia do Norte devido à questão nuclear.

Programas nucleares

Obama afirmou nesta quarta-feira que o povo do Irã e o da Coreia do Norte terão um "futuro de mais oportunidade" se os países cumprirem as obrigações nucleares.

"Há um futuro de mais oportunidades para o povo dessas nações se seus governos cumprirem suas obrigações. Mas se eles continuarem em um caminho alheio à legislação internacional, eles devem enfrentar mais pressão e isolamento", disse ele.

Com agências internacionais

Fonte: Terra
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