PUBLICIDADE

Oriente Médio

Putin acusa EUA de praticarem "jogo duplo" com terroristas

22 out 2015 - 14h41
(atualizado às 19h48)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: EFE

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que a campanha antiterrorista dos Estados Unidos na Síria não teve efeito algum porque Washington praticou um "jogo duplo".

"Por que não foi eficaz? Sempre é difícil levar um jogo duplo. Declarar guerra aos terroristas e, ao mesmo tempo, utilizá-los para seus próprios interesses", afirmou Putin em discurso no clube de debate "Valdai" em Sochi.

Putin ressaltou que "não haverá sucesso contra o terrorismo se ele for utilizado como marionete para derrubar regimes questionados" e qualificou de "ilusão" pensar que os terroristas podem ser controlados.

Ele alertou que se Damasco e Bagdá cairem nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), seria um trampolim para sua "expansão mundial".

"O EI conquistou grandes territórios. Como o alcançaram? Pensem que, caso tomem Damasco ou Bagdá, os grupos terroristas poderiam receber praticamente o status de poder oficial. Alguém pensou nisso?", assinalou.

Putin também se mostrou contrário a dividir aos terroristas "em moderados e não moderados", já que todos atuam por dinheiro e não têm ideologia, e ressaltou que a ingerência exterior "foi a faísca que conduziu a atual explosão, a destruição dos Estados e a explosão do terrorismo".

Ele ressaltou que "o único objetivo" da atual campanha de bombardeios aéreos russos na Síria "é permitir a instauração da paz".

"Evidentemente, a vitória militar sobre os guerrilheiros não solucionará todos os problemas por si só, mas deve criar as condições para o essencial: o início de um processo político com participação das forças patrióticas da sociedade síria", afirmou.

Por sua vez, acusou abertamente os EUA de enganar todo o mundo ao argumentar que o objetivo de seu escudo antimísseis na Europa era a ameaça que o programa nuclear iraniano representava.

"Falando em em resumo, nos enganaram. Não se trata de uma hipotética ameaça do programa nuclear iraniano, que nunca existiu. Trata-se de tentar destruir o equilíbrio estratégico", disse.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade