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Oriente Médio

Presidente do Iêmen abandona o país e pede perdão ao povo

22 jan 2012 - 13h35
(atualizado às 20h13)
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O presidente do Iêmen, Alí Abdullah Saleh, prestes a deixar o poder por pressão de manifestantes - que reivindicavam neste domingo sua execução - pediu "perdão" a seus compatriotas pelos erros cometidos em 33 anos de governo e anunciou que irá aos Estados Unidos para um tratamento médico. "Peço perdão a todo meu povo, homens e mulheres, por qualquer erro que possa ter cometido meu governo de 33 anos", disse ele em um discurso de despedida divulgado pelos meios de comunicação estatais, segundo a agência estatal Saba.

Saleh, que ficou ferido após um atentado contra seu palácio em junho, depois do qual foi hospitalizado durante três meses na Arábia Saudita. O chefe do governo deixou em seguida a capital iemenita para Omã, disse o porta-voz de seu partido, Abdul Hafiz Nahari. A viagem é "para tratamento médico e não é oficial", disse ele.

Segundo fontes diplomáticas de Sanaa, o filho mais velho do chefe de Estado, Ahmed, comandante da Guarda Republicana, está em Omã para marcar a viagem de seu pai. Omã, país vizinho do Iêmen, já recebeu em 1994 o ex-vice-presidente e líder iemenita Ali Salem al-Baid. Acusado de corrupção e nepotismo, Saleh, de 69 anos, concordou em ceder o poder após um acordo sobre a transição política feita em 23 de novembro em Riad, em troca de imunidade para si e para seus associados.

Contudo, ele continuará sendo o presidente oficial até 21 de fevereiro, a data da eleição presidencial, conforme o acordo em Riad. A Casa Branca e o Departamento de Estado não quiseram comentar sobre este anúncio. Saleh fez as declarações após a votação de uma lei que dá imunidade a ele e seus parentes membros do Parlamento, que endossaram a candidatura do vice-presidente Abd Rabo Mansur Hadi nas eleições presidenciais.

"Depois destas eleições, Abd Rabo Mansur Hadi será eleito chefe de Estado e Ali Abdullah Saleh poderá fazer suas malas e dizer adeus", disse o chefe de Estado. Saleh pediu para que seus partidários apóiem Hadi e pediu reconciliação no país. O chefe de Estado disse no domingo que "se erros foram cometidos, não foram deliberados" em uma tentativa de acalmar um pouco a opinião. Mais dezenas de milhares de pessoas se manifestaram novamente no domingo, em Sanaa, em protesto contra a lei que concede imunidade a Saleh. "É nosso dever de executar o tirano", dizia o povo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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