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Estados Unidos

Polícia mata dois homens perto de concurso de caricaturas de Maomé no Texas

4 mai 2015 - 10h00
(atualizado às 10h00)
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A polícia americana matou dois homens no domingo depois que eles abriram fogo perto de um centro de convenções no Texas em que acontecia um concurso de caricaturas do profeta Maomé, na presença do líder da extrema-direita holandesa, Geert Wilders.

O ataque não foi reivindicado até o momento, mas recorda o atentado de janeiro em Paris contra a revista satírica Charlie Hebdo, que publicou diversas vezes charges do profeta Maomé, que matou 12 pessoas.

As autoridades estão investigando o tiroteio. A polícia afirmou que não está claro se o ataque tinha relação com o evento, ao mesmo tempo que uma fonte da Casa Branca afirmou que o presidente Barack Obama estava a par da situação no Texas.

Os dois homens se aproximaram de carro do estacionamento do Centro Curtis Culwell da cidade de Garland, perto de Dallas, onde quase 200 pessoas assistiam ao evento, que os organizadores promoveram como um acontecimento a favor da liberdade de expressão.

Os dois abriram fogo contra um segurança. Dois policiais que estavam na equipe de proteção do evento mataram os atiradores, segundo a prefeitura de Garland.

O segurança foi atingido por um tiro no tornozelo e já recebeu alta do hospital.

Segundo a polícia local, o tiroteio durou poucos segundos.

De acordo com a organização SITE, que monitora as comunicações de combatentes e grupos jihadistas, um homem reivindicou o ataque em uma conta do Twitter relacionada com a organização Estado Islâmico (EI). A pessoa escreveu que o ato foi executado por simpatizantes do grupo radical.

"Dois de nossos irmãos abriram fogo contra a exposição artística do profeta Maomé no Texas", afirma a mensagem de um homem que se identifica na rede como Abu Hussain al-Britani.

De acordo com o SITE este é o nome de combate do jihadista britânico do EI Junaid Hussain.

Uma conta do Twitter que pode ter sido utilizada por um dos atiradores parece ter feito referência ao ataque antes do ocorrido. A conta foi suspensa depois pela rede social.

A associação American Freedom Defense Initiative, organizadora do concurso de caricaturas, havia convidado para discursar no evento o líder da direita holandesa Geert Wilders.

"Estou comovido. Eu acabara de falar por uma hora e e meia sobre as caricaturas, o Islã e a liberdade de expressão e acabava de deixar o local", afirmou Wilders em um e-mail à AFP.

"Espero que o guarda esteja bem", completou.

O líder do Partido Pela Liberdade (PVV) afirmou esperar que o ataque não tenha relação com "a lista da Al-Qaeda na qual sou como Charb do Charlie Hebdo, Lars Vilks e Kurt Westergard".

Ele fazia referência ao chargista francês Charb, morto no atentado jihadista contra a revista Charlie Hebdo. O sueco Lars Vilks e o dinamarquês Kurt Westergard foram ameaçados de morte depois que fizeram caricaturas de Maomé.

Em Garland, uma equipe do esquadrão antibombas entrou na área do incidente por suspeitar da possibilidade de explosivos no veículo dos atiradores.

Pamela Geller, uma das organizadoras do concurso, afirmou que os tiros "são uma demonstração de uma guerra contra a liberdade de expressão".

"A guerra está aqui", completou, enfática, a diretora da 'American Freedom Defense Initiative', organização conhecida por suas posições pelo que chama de islamização dos Estados Unidos, que oferecia uma prêmio de 10.000 dólares para a melhor caricatura do concurso.

Muitos muçulmanos consideram ofensivo o ato de elaborar charges de Maomé. Em 2005 a publicação de desenhos satíricos do Profeta no jornal dinamarquês Jyllands-Posten provocou uma onda de protestos no mundo islâmico.

Charges de Maomé também foram publicadas na revista satírica francesa Charlie Hebdo, que teve a sede em Paris atacada em janeiro por atiradores, que mataram 12 pessoas, incluindo cinco chargistas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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