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Estados Unidos

Perante críticas, Obama apostará em elevar segurança em cúpula

6 abr 2012 - 22h21
(atualizado às 23h09)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quer aproveitar sua segunda Cúpula das Américas para melhorar a relação comercial e de segurança com os outros países do continente e tentar deixar em segundo plano a controvérsia sobre Cuba e as críticas sobre sua falta de atenção à região. Os EUA pretendem aproveitar a cúpula para enfocar em como expandir sua relação comercial com a América Latina, uma região com economia em alta e com um "enorme potencial" nessa área.

A Casa Branca também espera estabelecer alianças energéticas e que a segurança seja um dos temas dominantes do encontro de chefes de Estado e de Governo, que acontecerá na cidade colombiana de Cartagena das Índias nos dias 14 e 15 de abril. Será a segunda Cúpula das Américas de Obama, que esteve na de Trinidad e Tobago em 2009, apenas três meses após chegar à Presidência americana, e prometeu então impulsionar uma "relação renovada" com a região.

Os EUA vêm trabalhando como "parceiros" de países como Brasil, Chile, Colômbia e México "mais do que nunca", uma atitude que começou sob o governo de George W. Bush (2000-2008) e que tem "crescido" com Obama, contou à Agência Efe o diretor do Programa Américas do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS), Stephen Johnson.

Além da Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago em 2009, Obama visitou o México em duas ocasiões nesse ano, realizou uma viagem pela América Latina em março de 2011 com visitas ao Brasil, Chile e El Salvador, e agora viajará à Colômbia, onde ao término da cúpula terá uma reunião bilateral com o presidente do país, Juan Manuel Santos.

O que Obama poderia fazer frente aos governos e analistas que consideram que os EUA não dão importância suficiente à região e que persistem na atitude "paternalista" é "reunir-se mais frequentemente com os chefes de Estado latino-americanos", sugeriu Johnson.

O problema é que "às vezes, quando Washington presta atenção, aqueles que a recebem não gostam", acrescentou.

Os desencontros dos EUA com países como a Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador, unidos em sua cruzada "contra o império", se remontam à época de Bush e continuam, com altos e baixos, durante o governo atual.

Às vésperas da cúpula, a relação americana com a Argentina também voltou a se complicar.

O governo de Obama suspendeu temporariamente os benefícios comerciais aos argentinos devido à falta de pagamento das compensações financeiras de mais de US$ 300 milhões fixadas por um tribunal arbitral para duas companhias americanas que perderam contratos no país sul-americano.

Além das disputas bilaterais, Johnson lembra que há três temas que podem "convidar à controvérsia" em Cartagena: se Cuba deve fazer parte das Cúpulas das Américas, se o continente tem que assumir uma posição no conflito entre Argentina e Reino Unido pelas Malvinas e se é necessário um debate sobre a legalização das drogas.

Obama terá que lidar com o debate sobre a presença de Cuba nas próximas Cúpulas das Américas, depois de não se chegar a um consenso para convidar à de Cartagena Raúl Castro.

O único governo que manifestou abertamente sua rejeição a convidar Cuba foi o dos EUA, que considera que o país não preenche o requisito democrático que os participantes das Cúpulas das Américas estabeleceram em 2001.

A ausência de Cuba levou o presidente equatoriano, Rafael Correa, a anunciar que não participará da cúpula.

Quanto ao assunto das Malvinas, os EUA apoiaram os britânicos na guerra de 1982 contra a Argentina, cuja reivindicação de soberania sobre essas ilhas é respaldada pela maioria dos países latino-americanos.

Sobre a revisão da luta contra o narcotráfico, a Casa Branca se mostrou aberta a um diálogo na cúpula, mas foi taxativa ao indicar que não apoiará nenhuma proposta que passe pela legalização das drogas.

Uma "franca discussão" sobre todos estes temas "seria reconfortante", mas "isso não acontecerá", sustentou Johnson.

"Em vez disso, haverá pressão para se chegar a um acordo sobre uma declaração de consenso que está 95% pronta", concluiu.

EFE   
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