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Estados Unidos

Pai de Snowden diz que não será "recurso emocional"

31 jul 2013 - 15h07
(atualizado às 15h26)
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O pai do ex-funcionário da agência de espionagem norte-americana Edward Snowden disse que não irá até a Rússia para servir de "recurso emocional" nos esforços dos Estados Unidos de persuadir seu filho a se entregar.

Lonnie Snowden afirmou ao Washington Post que autoridades do FBI não foram capazes de garantir se ele poderia ver seu filho, que enfrenta acusações de espionagem nos Estados Unidos por expor programas secretos norte-americanos de vigilância.

"Eu disse ‘quero ser capaz de falar com meu filho... vocês podem estabelecer a comunicação?' e eles, ‘bem, não temos certeza'", disse Lonnie Snowden ao Post.

"Eu falei ‘espere um pouco, rapazes, não vou me sentar na pista para ser um recurso emocional de vocês'".

O pai de Snowden disse anteriormente à televisão estatal Russian 24 que o FBI havia sugerido "algumas semanas atrás" que ele viajasse a Moscou para falar com o filho.

Edward Snowden, cuja exposição da vigilância levantou questões sobre a intrusão nas vidas privadas, está na zona de trânsito do aeroporto Sheremetyevo de Moscou desde que chegou ali, vindo de Hong Kong, há mais de um mês.

Seu pai não mantém contato direto com ele.

Snowden, de 30 anos, pediu asilo temporário na Rússia depois que o cancelamento de seus documentos de viagem o impediram de viajar para um destino escolhido na América Latina.

O pai dele disse acreditar que Snowden estava melhor em Moscou.

"Se ele quiser passar o resto da vida na Rússia, eu vou concordar. Não sou contra isso", ele disse à televisão russa. "Se eu estivesse no lugar dele, ficaria na Rússia, e espero que a Rússia o aceite".

De novo Lonnie Snowden disse que não achava que seu filho teria um julgamento justo nos Estados Unidos por causa "do que aconteceu nas últimas cinco ou seis semanas".

"Espero que ele volte para casa e compareça no tribunal... mas não espero que... um tribunal seja justo. Não podemos garantir um tribunal justo".

O advogado russo que está ajudando Edward Snowden, Anatoly Kucherena, disse no programa acreditar que seu pedido de asilo seria aceito "nos próximos dias", e que os Estados Unidos não conseguiram enviar um pedido oficial de extradição.

"Se você quer (que Snowden seja entregue), deve aderir à lei, então envie, segundo as leis existentes de cooperação entre os Estados, um documento legal correspondente, corretamente preenchido. Mas não há algo assim", disse Kucherena, advogado próximo ao Kremlin.

"Dizer apenas ‘entregue-o' é totalmente desonroso e incorreto".

(Reportagem de Megan Davies; Reportagem adicional de Scott Malone, em Boston)

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