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Estados Unidos

Ordem de prisão surpreende advogado de fundador do WikiLeaks

1 dez 2010 - 11h11
(atualizado às 13h16)
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O advogado de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, afirmou nesta quarta-feira ter sido surpreendido pela ordem internacional de prisão contra seu cliente, emitida pela Interpol, por supostos crimes sexuais cometidos na Suécia.

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, ganhou fama mundial pela publicação de documentos secretos
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, ganhou fama mundial pela publicação de documentos secretos
Foto: EFE

A ordem é uma "notificação vermelha", o nível mais alto da Interpol, que é divulgado para prender ou deter provisoriamente pessoas procuradas internacionalmente com o objetivo de extradição, neste caso, a pedido da Justiça da Suécia.

"É muito surpreendente que a Interpol adote medidas tão extremas por algo que a Corte de Apelação disse que era uma violência do tipo menor. Parece ridículo", afirmou Björn Hurtig, advogado do fundador do site.

Hurtig sugeriu em declarações à imprensa sueca que "deve haver outra coisa por trás de tudo isto", apontando o alvoroço causado pelas publicações do WikiLeaks, e acrescentou que algo "cheira mal" neste caso.

A recusa da promotora Marianne Ny em aceitar que Assange, australiano de 39 anos, pudesse depor de fora do país, aumenta as suspeitas sobre outros possíveis motivos para a emissão de uma ordem internacional, segundo Hurtig.

No recurso de apelação ao Supremo Tribunal da Suécia apresentado nesta terça-feira em Estocolmo, a defesa de Assange propôs novamente que ele possa ser interrogado por videoconferência de uma embaixada no exterior.

A Corte de Apelação de Svea, em Estocolmo, manteve no último dia 24 a ordem de prisão contra Assange emitida anteriormente por um tribunal de primeira instância, que decretou uma ordem internacional de busca e captura contra o australiano. No entanto, o tribunal fez dois adendos à primeira sentença.

A acusação de estupro será mantida, mas rebaixada à categoria de "delito menor", enquanto em uma das três denúncias por assédio sexual foi considerado que o grau de suspeita "não é suficientemente forte".

Todos os casos estão relacionados com o período de permanência de Assange na Suécia em agosto, quando deu várias conferências sobre sua atividade no WikiLeaks.

Seus problemas com a Justiça sueca começaram no dia 20 de agosto, quando foi emitida a primeira ordem de prisão por suspeita de estupro, uma decisão revogada 24 horas depois pela chefe da Promotoria, que reduziu o caso a um crime de assédio.

Marianne Ny, assumiu então a direção da investigação e dias depois decidiu reabrir o inquérito por estupro, que terminou no mês passado com uma nova ordem de prisão contra Assange.



EFE   
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