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Estados Unidos

ONU e EUA estão preocupados com programa norte-coreano

2 dez 2010 - 15h49
(atualizado às 16h11)
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O diretor da agência de vigilância nuclear da ONU e o Ocidente expressaram na quinta-feira preocupação profunda com a ampliação do programa nuclear da Coreia do Norte, e Washington avisou que o país pode estar escondendo ainda mais sítios nucleares.

No início desta semana, a Coreia do Norte se gabou de seus avanços nucleares, dizendo que está operando uma usina de enriquecimento de urânio com milhares de centrífugas. Se a notícia for confirmada, essa instalação pode oferecer ao país uma segunda via possível para produzir uma bomba nuclear.

"Esses fatos... destacam claramente os riscos causados pelo fato de a Coreia do Norte deixar de cumprir seus compromissos e obrigações internacionais," disse o enviado dos EUA Glyn Davies numa reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) em Viena.

Em discurso diante do conselho da AIEA, composto por 35 países, Davies disse que Pyongyang já buscava a capacidade de enriquecimento de urânio antes de abril de 2009, a data que afirmou mais recentemente.

"Se isso se confirmar, existe a probabilidade evidente de que a Coreia do Norte tenha construído em seu território outras instalações ligadas ao enriquecimento de urânio," disse Davies.

Detalhes sobre as atividades de enriquecimento de urânio da Coreia do Norte vieram à tona no mês passado no relato de um cientista nuclear norte-americano convidado para visitar o país. Ele disse que viu centenas de centrífugas e que lhe foi dito que havia mais, que os norte-coreanos afirmaram estar operando.

Centrífugas são aparelhos que, girando em velocidade super-sônica, refinam urânio para que possa servir de combustível para usinas nucleares geradoras de eletricidade, ou, se o urânio for refinado em grau ainda mais alto, para a produção de bombas atômicas.

Tensões em alta

A Coreia do Norte disse que seu trabalho de enriquecimento visa a produção atômica de energia, mas o país já tem um artefato nuclear feito com plutônio e já realizou duas explosões nucleares experimentais, em 2006 e 2009. Até agora, ainda não comprovou possuir um bomba nuclear funcional.

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, expressou "grave preocupação" com os relatos sobre uma nova instalação de enriquecimento de urânio e a construção de um reator de água leve na Coreia do Norte.

Desde 2002 o país se recusa a ser inspecionado pela AIEA e no ano passado expulsou os inspetores da agência.

As revelações nucleares agravam as tensões na península coreana, que estão em alto nível desde que Pyongyang fez disparos de artilharia contra uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas.

Alguns analistas dizem que o ataque foi a tentativa de Pyongyang de forçar a retomada de negociações internacionais que podem lhe proporcionar ajuda. Outros o viram como tentativa de reforçar as credenciais militares de Kim Jong-un, filho mais jovem e sucessor indicado do líder adoentado Kim Jong-il.

As negociações entre seis países que visavam a suspensão do programa nuclear norte-coreano foram interrompidas em dezembro de 2008 quando a Coreia do Norte as abandonou.

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