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Oriente Médio

ONU critica transferência de prisioneiros ao Iraque por EUA

26 out 2010 - 16h38
(atualizado às 17h37)
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A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, declarou nesta terça-feira que as publicações no site WikiLeaks sobre supostos assassinatos e torturas no Iraque indicam que, apesar de os EUA terem conhecimento do envolvimento de autoridades do Iraque nesses casos, continuaram dando ao país a custódia de milhares de presos.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, Pillay criticou a transferência dos presos pelas forças americanas a autoridades iraquianas entre o início de 2009 e o final de 2010.

Além disso, ela destacou que "os documentos revelam que tropas dos EUA também teriam matado civis". De acordo com estas informações, Pillay acrescentou que no Iraque "foram cometidas sérias violações dos direitos humanos", entre elas, "execuções sumárias, tortura e maus tratos".

Pillay se referiu aos cerca de 400 mil documentos secretos publicados no último sábado pelo site Wikileaks que mostram que centenas de civis foram assassinados por militares americanos nas proximidades dos postos de controle, após a invasão do Iraque em 2003.

Os documentos também revelam a conivência do Exército dos EUA com as torturas e os maus tratos de prisioneiros iraquianos pelas forças de segurança desse país durante a ocupação americana.

Pillay pediu às autoridades iraquianas e americanas que tomem "as medidas necessárias para investigar todas as acusações dos documentos e para punir os responsáveis por assassinatos, torturas e abusos de direitos humanos", sempre de acordo com as leis internacionais.

Além disso, a alta comissária pediu ao Iraque que ratifique a Convenção Contra a Tortura da ONU e que as autoridades facilitem a visita da Missão de Assistência da ONU no país (Unami) para analisar a situação de direitos humanos.

O WikiLeaks, página lançada por Julian Assange em 2006 para publicar relatórios anônimos e documentos filtrados, calcula em 109 mil o número total de mortos no Iraque pela violência entre 2004 e 2009, dos quais 66.081 eram civis.

EFE   
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