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Estados Unidos

Obama visita o Golfo para avaliar trabalhos de contenção

28 mai 2010 - 11h14
(atualizado às 11h38)
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O presidente dos EUA, Barack Obama, viaja na sexta-feira à costa norte-americana do Golfo do México para avaliar os trabalhos de contenção do maior vazamento de petróleo da história do país.

Ele passará pela costa da Louisiana, onde uma camada viscosa de óleo invadiu manguezais, paralisou a lucrativa atividade pesqueira e irritou uma população que ainda se recupera do impacto do furacão Katrina, em 2005.

A empresa britânica BP, dona do poço que está jorrando petróleo, disse que obteve algum progresso nesta sexta na contenção do vazamento. O custo do desastre subiu de US$ 760 milhões (avaliação de segunda-feira) para US$ 930 milhões, segundo a companhia. O gasto ainda deve subir expressivamente, neste que já é o pior vazamento de óleo na história dos EUA, superando o acidente de 1989 com o navio Exxon Valdez no Alasca.

A viagem de sexta-feira será a segunda de Obama à costa sul dos EUA desde o início do vazamento em 20 de abril, depois da explosão e naufrágio de uma plataforma de petróleo, que deixou 11 mortos.

Na véspera, Obama prometeu que o problema será resolvido e reagiu às críticas que seu governo vem sofrendo pela suposta demora em agir. Segundo Obama, até sua filha Malia, de 11 anos, se mostra aflita. "Já tapou o buraco, papai?", teria perguntado ela, segundo o presidente.

Para muitos, o desastre da BP tem potencial para se tornar o Katrina do governo Obama - depois daquele furacão, em 2005, a popularidade do então presidente George W. Bush desabou, devido à atrapalhada reação do governo à tragédia.

No caso de Obama, o problema é que o governo federal não detém a tecnologia nem as ferramentas para resolver esse tipo de desastre a 1,6 mil m de profundidade, e depende da BP para achar um jeito de conter o vazamento. O governo tem responsabilizado integralmente a BP pelo desastre.

Na quarta-feira, a empresa começou a "sufocar" o vazamento com lama pressurizada, e depois espera cimentar a boca do poço. A manobra nunca foi tentada a tamanha profundidade, e especialistas estimam em 50 por cento a chance de sucesso.

Na sexta-feira, a BP disse que ainda não sabe avaliar o sucesso da operação, e que o bombeamento de lama vai continuar por mais 24 a 48 horas.

Na quinta-feira, após primeiras notícias animadoras sobre a operação, as ações da BP tiveram alta de 6% na Bolsa de Londres, mas na sexta-feira sofriam queda de 2%. Desde o início da crise, o valor de mercado da empresa já caiu cerca de US$ 50 bilhões (um quarto do total).

Se a "sufocação" do poço não funcionar, a BP ainda pode tentar desviar o óleo que está jorrando, para recolhê-lo na superfície, ou instalar uma nova válvula de segurança na boca do poço. Paralelamente a isso, a empresa está escavando dois poços auxiliares, a partir dos quais poderá tentar sanar o problema, mas isso ainda deve levar algumas semanas.

Inicialmente, a BP passou semanas dizendo que o poço estava liberando cerca de 800 mil l de petróleo por dia. Na quinta-feira, o governo divulgou novas cifras que indicam uma quantidade quatro ou cinco vezes maior.

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