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Estados Unidos

Obama usará viagem à Ásia para reforçar imagem após eleições

5 nov 2010 - 06h02
(atualizado às 06h25)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começará neste sábado uma viagem pela Ásia, onde buscará aumentar a influência de seu país em uma região de crescente importância e reforçar sua própria imagem após o golpe sofrido nas eleições legislativas.

Cartaz gigante em Mumbai dá as boas vindas a Obama: viagem para reforçar a imagem
Cartaz gigante em Mumbai dá as boas vindas a Obama: viagem para reforçar a imagem
Foto: AFP

O presidente parte nesta sexta-feira de Washington e chegará no sábado à Índia, a primeira etapa de uma viagem de dez dias que o levará também à Indonésia, Coreia do Sul - para participar da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e principais emergentes) - e Japão, onde discursará na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

A viagem representará para Obama um descanso muito bem-vindo, ao deixar para trás em Washington um cenário em que os republicanos se preparam para controlar a Câmara de Representantes.

Durante a viagem, Obama não poderá perder de vista a situação na capital americana. Seu porta-voz, Robert Gibbs, já disse que aproveitará a oportunidade para estudar possíveis incorporações à equipe de Governo.

Em busca dos mercados

A Casa Branca informou que a viagem busca demonstrar a implicação dos EUA na Ásia frente a crescente ascendência da China e procura "abrir mercados para que possamos vender nossos produtos na Ásia, em alguns dos mercados de maior crescimento no mundo, para que possamos criar empregos aqui nos Estados Unidos", disse Obama, ao mudar ligeiramente o foco de atenção e dirigir suas palavras aos republicanos.

Entretanto, se Obama precisa convencer o Congresso da utilidade de suas viagens ao exterior, fora do seu país também terá que convencer os líderes estrangeiros que mantém sua força como presidente.

Alguns, como o presidente da China, Hu Jintao, vão procurar com lupa qualquer sinal de fraqueza que possa oferecer o presidente americano na longa partida de pôquer que jogam os dois Governos em torno de questões como a cotação das divisas e os desequilíbrios nas balanças.

Em todo caso, a Casa Branca insiste que o pleito de terça-feira não terá impacto na política externa desenvolvida por Obama. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Hammer, declarou que "não há razão para se preocupar com a capacidade do presidente para continuar uma agenda muito firme de implicação" com o resto dos países.

Etapas

Na Índia, a primeira etapa de sua viagem, Obama deve reforçar seus contatos com empresários, para aumentar as relações comerciais com um parceiro que, apesar de seus bilhões de consumidores, é apenas o 14º em volume de troca com os EUA.

O acordo de cooperação nuclear entre os dois países, as situações no Afeganistão e no Paquistão e o programa nuclear iraniano serão outros dos assuntos que o líder americano abordará com as autoridades indianas durante sua visita de Estado a esse país, onde permanecerá por três dias, sua estadia mais longa em uma nação em seus dois anos de mandato.

Na Indonésia, Obama deve visitar a mesquita Istiqlal, a maior do país, e oferecer um discurso pró-democracia para a comunidade muçulmana, a fim de reforçar os laços com o mundo islâmico, tal como fez no Cairo em 2009.

A terceira etapa de sua viagem será na capital sul-coreana, para participar da cúpula do G20. Em Seul, terá uma reunião bilateral com o presidente da China, Hu Jintao, para tratar sobre direitos humanos, os programas nucleares do Irã e Coreia do Norte e a cotação do iuane, entre outros assuntos.

Na reunião, Obama pressionará outras economias, como a Alemanha e a própria China, para que impulsionem a demanda interna e diminuam sua dependência das exportações, a fim de contribuir para a redução dos "desequilíbrios excessivos" na economia global.

Obama concluirá sua viagem em Yokohama (Japão), onde participará da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), novamente com a prioridade de abrir as economias da região aos produtos dos EUA.

Após aproveitar o fórum para realizar uma reunião com seu colega russo, Dmitri Medvedev, o presidente americano retornará a Washington, antes do início da última rodada de sessões desta legislatura, quando os democratas buscarão aprovar uma série de medidas antes de entregar o comando da Câmara de Representantes.

Dado o atual clima político, é possível que lembre seus debates no G20 como umas refrescantes férias.

EFE   
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