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Estados Unidos

Obama sobre ida à fronteira: "teatro não resolveria a crise"

Obama rebateu as críticas republicanas de que teria sido ele mesmo que gerou um efeito com a aprovação de ato que, em vigor desde 2012, evitou a deportação de muitos jovens imigrantes ilegais

10 jul 2014 - 00h25
(atualizado às 00h35)
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"Não há nada que esteja acontecendo na fronteira que eu não esteja intimamente ciente e tenha sido informado", disse Barack Obama
"Não há nada que esteja acontecendo na fronteira que eu não esteja intimamente ciente e tenha sido informado", disse Barack Obama
Foto: Kevin Lamarque / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que decidiu não visitar a fronteira sul durante a viagem ao Texas porque seria "um teatro que não resolveria a crise migratória" e negou que as medidas executivas sobre imigração tenham gerado um efeito de "convite" para as crianças.

"Não há nada que esteja acontecendo na fronteira que eu não esteja intimamente ciente e tenha sido informado", disse Obama em entrevista coletiva durante a visita a Dallas.

"Isto não é um teatro. Não estou interessado em oportunidades de foto, mas em resolver um problema", acrescentou o presidente, que foi criticado por republicanos e ativistas por não visitar a região por onde entram em média mil crianças e adultos centro-americanos a cada semana.

Obama garantiu estar disposto a considerar deslocar mais agentes da Patrulha Fronteiriça na zona da fronteira sul por onde cruzam as crianças centro-americanas, como sugeriu hoje o governador do Texas, o republicano Rick Perry, que "acredita que alguns estão longe demais da fronteira".

O secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, conversará sobre essa possibilidade com autoridades do Texas quando visitar a fronteira "no final desta semana", a sexta vez desde que a crise migratória foi detectada.

No entanto, Obama afirmou que para considerar essa medida é necessário que o Congresso aprove antes a solicitação de US$ 3,7 bilhões para ampliar a vigilância na fronteira e os recursos nos centros de acolhimento de menores.

"O Congresso disse que quer uma solução ao problema. A solicitação de fundos dá a capacidade de votar imediatamente para consegui-la", disse Obama.

O presidente rebateu as críticas republicanas de que teria sido ele mesmo que gerou um efeito com a aprovação da Ação Diferida para os Chegados na Infância (DACA), que entrou em vigor em 2012, e evitou a deportação de muitos jovens imigrantes ilegais.

"(Os republicanos) se fixam nas pautas de imigração, mas agora estamos em um nível significativamente inferior em termos de fluxo de imigração ilegal do que quando cheguei ao poder em 2008", se defendeu.

Manter a DACA e aprovar uma reforma migratória "permitiriam alocar recursos" para combater a crise na fronteira, já que se os imigrantes ilegais "devem ganhar a cidadania, pagando suas multas, já não serão uma prioridade para as forças de segurança", argumentou.

Obama ressaltou que a crise na fronteira é um "problema de longo prazo" e que para resolvê-la será crucial "garantir que as crianças centro-americanas que emigram podem viver com segurança em seus próprios países", destinando "atenção e recursos" para Guatemala, Honduras e El Salvador.

EFE   
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