PUBLICIDADE

Estados Unidos

Obama revela ter passado por situações de racismo

17 dez 2014 - 21h17
Compartilhar

No momento em que protestos nacionais contra a morte de homens negros desarmados por policiais brancos ganham as manchetes dos jornais, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou suas próprias experiências com racismo, incluindo ter sido confundido com um garçom e um manobrista.

O presidente norte-americano, Barack Obama, e a primeira-dama, Michelle, durante evento em Washington, nos Estados Unidos, em novembro. 06/11/2014
O presidente norte-americano, Barack Obama, e a primeira-dama, Michelle, durante evento em Washington, nos Estados Unidos, em novembro. 06/11/2014
Foto: Jonathan Ernst / Reuters

Em entrevista à revista People publicada nesta quarta-feira, Obama e sua esposa, Michelle Obama, disseram que antes de se mudarem para a Casa Branca, há quase seis anos, eles enfrentaram preconceito, estereótipos e tiveram problemas em pegar táxis.

"Não há nenhum homem negro da minha idade que não tenha saído de um restaurante e está à espera de seu carro e alguém entrega as suas chaves do carro", afirmou o presidente Obama à revista, acrescentando que isso aconteceu com ele.

Michelle contou outro incidente em um jantar de gala, quando alguém pediu a Obama, que estava vestido em um smoking, para levar café. Ela lembrou também uma visita a uma loja na qual uma mulher pediu que ela pegasse algo de uma prateleira.

"Porque ela não me viu como a primeira-dama, ela me viu como alguém que poderia ajudá-la. Esses tipos de coisas acontecem na vida. Portanto, não é nada novo", disse ela.

Embora o casal Obama tenha dito que a situação melhorou, eles afirmaram que muito mais ainda precisa ser feito.

"As pequenas irritações ou indignidades que experimentamos não são nada comparado ao que a geração anterior experimentou", declarou Obama à revista.

"Para mim é uma coisa ser confundido com um garçom em uma festa de gala. É outra coisa meu filho ser confundido com um ladrão e ser algemado."

A entrevista coincide com protestos no país, depois que um júri de Nova York decidiu não indiciar um policial branco pela morte de Eric Garner, um homem negro desarmado que foi morto em julho.

Também houve protestos após um júri de Missouri decidir, no fim de novembro, não acusar um policial branco pela morte a tiros de um rapaz negro desarmado, Michael Brown, em agosto.

(Reportagem de Patricia Reaney)

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade