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Estados Unidos

Obama quer proibir armas de assalto e Associação do Rifle se manifesta

18 dez 2012 - 22h10
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está dando os primeiros passos para que não se repitam tragédias como a de Newtown e expressou seu apoio aos esforços para reativar a proibição das armas de assalto, enquanto a influente Associação Nacional do Rifle rompeu seu silêncio.

Obama "quer avançar nas próximas semanas", porque está claro que, como país, os EUA "não fizeram o suficiente para enfrentar o flagelo da violência armada", enfatizou nesta terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em sua entrevista coletiva diária.

O líder se reuniu ontem com vários membros de seu gabinete e lhes pediu que comecem imediatamente a formular propostas contra a violência causada pelas armas, após a trágica morte de 20 crianças e seis adultos na sexta-feira passada em um tiroteio na escola Sandy Hook de Newtown, em Connecticut.

O esforço de formular e aglutinar propostas será liderado pelo vice-presidente Joseph Biden, que, durante seus anos no Senado, defendeu controles mais estritos à posse de armas.

Também terá um papel destacado nesse trabalho Cecilia Muñoz, diretora do Conselho de Política Interna da Casa Branca, segundo o jornal "The Washington Post".

No domingo, Obama propôs mudanças profundas no país para evitar novos massacres como o de sexta-feira, quando Adam Lanza, de 20 anos, matou primeiro sua mãe na casa onde ambos viviam, depois assassinou 20 crianças e seis adultos na escola Sandy Hook e finalmente se suicidou.

O presidente reconheceu que nenhuma lei pode eliminar o mal nem prevenir a violência, mas isso "não é uma desculpa para não atuar", e anunciou que nas próximas semanas usará "todo o poder" de seu cargo para lançar uma discussão na sociedade americana sobre "como prevenir tragédias como esta".

Por enquanto, a influente senadora democrata Dianne Feinstein prevê apresentar nesta mesma semana perante o Congresso uma iniciativa para reativar a proibição das armas de assalto que esteve vigente em todo o país entre 1994 e 2004.

Segundo assinalou hoje seu porta-voz, Obama "está ativamente a favor da tentativa da senadora Dianne Feinstein de reativar a proposta de instaurar a proibição das armas de assalto".

Além disso, Carney acrescentou que o presidente "apoia e apoiaria uma nova legislação que encare o problema do chamado vazio legal das armas e outros elementos como os carregadores de ampla capacidade".

O sindicato policial nova-iorquino Patrolmen's Benevolent Association expressou também em comunicado seu apoio à "absoluta proibição" da venda e posse de armas de assalto, já que "não há uma razão legítima" para que estejam nas mãos de cidadãos que não pertencem às Forças Armadas nem aos corpos de segurança.

Por outro lado, a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) assegurou "estar preparada para oferecer uma colaboração significativa" para que tiroteios como o de Newtown "nunca voltem a ocorrer".

"A NRA está composta por quatro milhões de pais e mães, filhos e filhas, e por isso estamos assombrados, entristecidos e com o coração partido pelas notícias dos aterrorizantes e absurdos assassinatos em Newtown", indicou em comunicado a poderosa organização que defende o direito ao porte de armas.

A associação rompeu desta forma o silêncio que havia mantido desde a sexta-feira passada, e anunciou, além disso, uma entrevista coletiva para a próxima sexta em Washington.

Familiares de vítimas de trágicos tiroteios como o ocorrido no instituto de Columbine em 1999 ou o que aconteceu em um cinema de Aurora no último mês de julho se concentraram hoje em frente ao Congresso em Washington para pedir reformas urgentes à legislação sobre as armas.

Enquanto isso, em outra mostra de como o massacre de Newtown mantém comovida toda a sociedade, o governador de Michigan, o republicano Rick Snyder, decidiu hoje vetar uma norma aprovada pela legislatura estadual que teria permitido aos cidadãos portar armas ocultas em lugares públicos como escolas e hospitais.

Por sua parte, o fundo de investimento Cerberus, um dos maiores do mundo, anunciou que venderá sua participação no Freedom Group, empresa fabricante do fuzil semiautomático usado por Adam Lanza no massacre de Newtown.

EFE   
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