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Estados Unidos

Obama pede que Kadafi desista; EUA serão 'amigos' no futuro

22 ago 2011 - 15h46
(atualizado às 19h27)
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O presidente americano, Barack Obama, pediu ao líder líbio Muammar Kadafi que "explicitamente" desista do poder, e alertou os rebeldes que sua luta "ainda não chegou ao fim".

O presidente americano, Barack Obama, faz pronunciamento sobre a Líbia na ilha de Martha's Vieyard
O presidente americano, Barack Obama, faz pronunciamento sobre a Líbia na ilha de Martha's Vieyard
Foto: AFP

Olhando além do governo com mão de ferro de Kadafi, Obama prometeu que Washington será "um amigo e parceiro" no futuro do país e instou "uma transição inclusiva que conduza a uma Líbia democrática".

"O regime de Kadafi está chegando ao fim. O futuro da Líbia está nas mãos de seu povo", declarou o presidente americano, na ilha de Martha's Vineyard (Massachusetts, nordeste dos EUA), onde passa férias por alguns dias com a família.

Obama, que fez estas declarações em cadeia de rádio, destacou que Muammar Kadafi "ainda tem a possibilidade de impedir um novo banho de sangue, ao renunciar expressamente ao poder (...) e pedindo às forças que continuam a se enfrentar que deponham as armas". "A verdadeira justiça não surgirá da violência ou de represálias, mas sim da reconciliação e de uma Líbia que permita a seus cidadãos determinar o próprio destino".

Obama assinalou que já conversou sobre a questão com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e que a secretária de Estado, Hillary Clinton, mantém contatos de alto nível com autoridades de vários países. O presidente garantiu que os Estados Unidos darão ajuda para atender às necessidades urgentes e devem liberar cerca de 37 bilhões de dólares em contas congeladas de Kadafi.

Obama assinalou que a representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Susan Rice, pedirá ao secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, que a Assembleia Geral "apoie esta importante transição". Os rebeldes entraram em Trípoli na noite de sábado, e as forças leais a Kadafi controlam apenas uma parte da capital, onde os combates prosseguiam hoje nos nos arredores da residência do líder líbio, no bairro de Bab al-Aziziya.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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